Briga da Disney e Scarlett Johansson esquenta e empresa tenta barrar processo

A briga entre a Disney e Scarlett Johansson está só esquentando. Na última sexta-feira (20), o estúdio entrou com um pedido para retirar o processo da estrela de Viúva Negra dos tribunais, e fazer com que isso seja resolvido com um acordo a portas fechadas.

A atriz havia entrado com uma ação contra a Walt Disney Company no mês passado alegando que o estúdio teria violado seu contrato no que se refere ao lançamento do filme Viúva Negra, que estreou tanto nos cinemas como no Disney+ ao mesmo tempo.

Segundo ela, a empresa impediu que ela ganhasse milhões de dólares, já que em seu contrato não constava nenhuma bonificação para ela com o filme sendo lançado no Premier Acess (serviço do Disney+ que cobra cerca de R$ 69,90 – ou aproximadamente 3 ingressos de cinema para que o assinante o assista direto na plataforma).

Scarlett havia negociado seu contrato de forma que ela pudesse lucrar com cada ingresso vendido na bilheteria, porém ela não contava com a pandemia, e sequer com o novo modelo de lançamento da empresa.

O processo diz ainda que a atriz se sentiu lesada ao ver que a empresa usou seu filme, segundo ela, muito aguardado, para promover o serviço de streaming.

Então nessa sexta-feira (20), a Disney rebateu o processo e exigiu que o caso fosse levado para fora dos tribunais públicos.

Natasha (Scarlett Johnasson) e Yelena (Florence Pugh) em Viúva Negra (Reprodução)

Disney mirou empresa que gerencia Scarlett

No processo, a Disney mirou na Periwinkle Entertainment, a empresa por meio da qual Johansson negociou seu contrato e a demandante oficial no caso. A moção da Disney argumenta que a Periwinkle concordou em resolver todas as disputas por meio de arbitragem e acusa Johansson de trapaças legais para tentar levar a disputa ao tribunal.

“A linguagem simples e ampla do acordo de arbitragem facilmente abrange a Reclamação de Periwinkle”, afirma a moção da Disney. “Em um esforço inútil para evitar esse resultado inevitável (e gerar publicidade por meio de um processo público), a Periwinkle excluiu a Marvel como parte neste processo – substituindo sua empresa-mãe Disney por teorias de interferência de contrato. Mas princípios antigos não permitem essa jogabilidade.”

É importante notar que o contrato de Johansson era com a Marvel, não a Disney, mas a atriz optou por não nomear a Marvel em seu processo.

Viúva Negra (Scarlett Johansson) em Homem de Ferro 2 (Reprodução / Marvel)
Viúva Negra (Scarlett Johansson) em Homem de Ferro 2 (Reprodução / Marvel)

Contrato não obrigava filme só nos cinemas

Sua reclamação argumenta que a Disney forçou a Marvel a quebrar seu contrato, que ela diz ter prometido um lançamento exclusivamente nos cinemas para Viúva Negra, e a Disney teria anulado os desejos da Marvel de cumpri-lo.

Na moção de arbitragem, a Disney argumenta: “As duas causas de ação da Periwinkle são inteiramente dependentes de sua alegação insustentável de que a Marvel violou o contrato da Periwinkle-Marvel ao lançar Viúva Negra simultaneamente nos cinemas e no Premier Access do Disney+. O contrato não obriga a distribuição no cinema – quanto mais exigir que tal distribuição seja exclusiva. ”

A Disney ainda acrescenta que “as alegações de Periwinkle de que a Marvel violou o Contrato e a Disney induziu essa violação ou de outra forma interferiu no Contrato não têm mérito“.

A Casa do Mickey Mouse já havia dito através de um porta-voz anteriormente que o processo não tinha mérito nenhum, e acusado a Scarlett de ficar indiferente aos efeitos da pandemia de Covid-19, que afetou o mundo inteiro, além de ‘jogar na cara’ da atriz que ela já tinha recebido 20 milhões de dólares pelo filme (que nem estava indo tão bem, e chegou a perder bilheteria para Space Jam: Um Novo Legado).

Repercussão

A declaração da Disney pegou mal, principalmente com os organizações em defesa da mulher, dizendo que a reposta era um ataque à personagem de gênero, devido à personagem dela na Marvel.

A declaração da Disney rapidamente gerou polêmica , com as organizações de defesa Women In Film, ReFrame e Time’s Up chamando a resposta de um “ataque de personagem de gênero” a Johansson. John Berlinski, advogado da atriz reforçou este argumento em um comunicado à imprensa neste sábado (21).

“Depois de inicialmente responder a este litígio com um ataque misógino contra Scarlett Johansson, a Disney está agora, previsivelmente, tentando esconder sua má conduta em uma arbitragem confidencial. Por que a Disney tem tanto medo de litigar este caso em público? Porque sabe que as promessas da Marvel de dar à Viúva Negra um típico lançamento nos cinemas ‘como seus outros filmes’ tinham tudo a ver com garantir que a Disney não canibalizaria as receitas de bilheteria em ordem para impulsionar as assinaturas do Disney+. No entanto, foi exatamente isso o que aconteceu – e estamos ansiosos para apresentar a evidência esmagadora que prova isso”.

A Disney, que não costuma liberar seus números, divulgou nesta sexta-feira, que Viúva Negra arrecadou nos Estados Unidos, 179, milhões de dólares em bilheterias. Os ganhos do filme mundialmente no streaming e downloads em países que não contam com Disney+ somam 125 milhões de dólares.

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