O cinema brasileiro é conhecido pelos gêneros de comédia, drama e documentários, com vários sucessos de bilheteria. No entanto, o Thriller de Terror ainda está se consolidando. Bernardo Barreto, ator e cineasta brasileiro, destaca-se nesse cenário.
Após sucesso em novelas, ele agora tem carreira internacional com seu filme Ballad Of a Hustler (Invisíveis), que recebeu conhecimento em festivais de cinema, e venceu na categoria “Melhor Longa Metragem de Drama” no Festival de Filme Internacional do Arizona em abril.
Para Bernardo, o gênero Thriller de Terror no Brasil é ainda pouco explorado, mas está crescendo e tem potencial para conquistar mais espaço. Ele menciona que esses filmes tendem a ter orçamentos menores, exigindo soluções criativas dos roteiristas e diretores.
“Aos poucos está começando a crescer, e tem muito lugar para conquistar espaço. Os filmes de terror têm a tendência de serem filmes mais simples de se fazer, com orçamento menor, o que exige a aplicação de soluções criativas aos roteiristas e diretores”.
Bernardo enfrentou esses desafios ao realizar o longa de terror Epitaph, que está em fase de finalização. Ele escreveu o roteiro e dirige com Jorge Farjalla. Bernardo também protagoniza o filme, atuando ao lado de Alli Willow, de Bacurau, e Juliana Schalch, de Tropa de Elite 2.
As gravações do filme Epitaph ocorreram durante a pandemia da Covid-19, durando cerca de 20 dias, em Bichinho, uma pequena cidade de Minas Gerais. Barreto destaca que está acostumado a enfrentar dificuldades e que procuraram fazer o filme de forma econômica, optando por gravá-lo em inglês para facilitar a venda.
“Estou acostumado a lidar com as dificuldades e os desafios, e crescer sob esses desafios. Nos movimentamos para fazer o filme da maneira mais econômica possível, e optamos por fazê-lo em inglês, porque seria mais fácil de vender. As imagens foram feitas e Minas Gerais, como se fosse a Pensilvânia, e o filme tem como locação uma estrada, uma casa e os arredores da casa, uma espécie de uma floresta, e um carro. O resto a gente criou”.
O diretor ainda ressalta que, mesmo com as restrições orçamentárias, o roteiro e a performance do elenco são pontos fortes do filme. Ele vê o projeto como um marco em sua carreira e que a partir dele pode vir outros.
“Eu acho que a simpatia pelo desempenho brasileiro no gênero, a gente vai criar com o sucesso. Por exemplo, você vai numa plataforma de streaming, assiste um filme brasileiro de terror bom e, a partir disso, vai querer assistir outros”.
A trama de Epitaph gira em torno de Claire (Willow) e Alex (Barreto), um casal recém-casado. Claire, romântica e perfeccionista, aluga uma casa na floresta para a lua-de-mel, sem saber que a ex-namorada de Alex, Hazel (Schalch), morreu ali há dez anos.
A celebração é interrompida pelo espírito de Hazel, que retorna para lembrar Alex do significado de “Juntos Para Sempre”. Bernardo explica que a história aborda uma relação tóxica, estabelecida pelas diferentes expectativas de cada personagem.
“É uma relação tóxica, e essa toxidade se estabelece pelas diferenças de expectativas de cada um”.
O filme também aborda o empoderamento feminino e segue a história de uma personagem contemporânea que sonha em ter uma família à moda antiga, como as famílias Doriana. No entanto, ao longo da trama, esse sonho se desfaz à medida que ela escolhe um parceiro que não se encaixa nesse ideal.
“Esse personagem possui outras necessidades com relação ao feminino que essa pessoa não cumpre. O mais interessante, é a história de uma relação que vai se intoxicando por uma situação externa, e essa mulher que vai quebrando uma bolha antiga, vai se rebelando contra esse arquétipo durante o filme”.
O filme Epitaph já está nos estágios finais para ser lançado, e ainda não tem data confirmada, mas a previsão é que seja lançado em 2025.
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Formado em Administração e Psicologia, e também fez curso de desenho. Fã de games, desenhos animados, séries e filmes.
