Atriz de The Crown é atacada ao assumir gênero, e faz pedido profissional

Hollywood precisa aprender a dar mais espaço para pessoas que não se identificam no espectro binário de gênero, disse

Depois de se assumir como pessoa não-binária, Emma Corrin disse que está aberte a fazer papeis masculinos na falta de representação não-binária no cinema.

Emma é conhecide por seu papel em The Crown, onde viveu a Princesa Diana na juventude. Em conversa com a revista Vanity Fair, o artiste se abriu sobre a experiência de ter se assumido publicamente e trocado seus pronomes de preferência (Emma agora atende por elu/delu).

Segundo Emma, a resposta negativa sobre o incidente foi chocante e ensurdecedora. Elu disse que comunicou à sua assessoria que iria se assumir, porém não esperava ser alvo de mensagens de ódio:

“Eu devo ter mandado uma mensagem para eles no WhatsApp onde eu só disse: ‘Eu vou publicar isso aqui’. Eu não acho que teve nenhuma grande discussão sobre o assunto. Inocentemente talvez, me deixou chocade a quantidade de ódio que eu recebi por aquilo. Foi um choque imenso de realidade.”

Harry Styles como Tom e Emma Corrin como Marion em Meu Policial
Harry Styles como Tom e Emma Corrin como Marion em Meu Policial (Divulgação/ Amazon)

Apesar disso, Emma não se arrepende do que fez, afinal de contas, a intenção ao se assumir não era apenas para proveito próprio. Em vez disso, foi também em retribuição pela ajuda em se descobrir que teve de outras pessoas não-binárias que fizeram o mesmo:

“Especialmente sobre discussões de gênero e coisas desse tipo, isso ajuda muito outras pessoas a verem alguém vivendo como pessoa não-binária no mundo. Eu sei o quanto me ajudou ver depoimentos de outras pessoas, e essa foi minha motivação para não apagar minhas redes sociais.”

“Não rejeito minha masculinidade”, disse Emma Corrin sobre aceitar papeis de homem

Emma também falou sobre como não se importaria de interpretar um homem, assim como não se importa de atuar como mulher, mesmo não estando nem em um gênero nem o outro. No entanto, Hollywood ainda não o enxerga desta maneira:

“Eu estaria igualmente interessade em papeis assim! Suponho que também é uma questão de como a indústria te enxerga e eu espero que as coisas estejam mudando. A parte linda da atuação é que um personagem não precisa estar sintonizado com sua experiência, é uma maneira de explorar. Mas eu amaria papeis não-binários, papeis novos e papeis masculinos.”

The Crown (Divulgação / Netflix)
The Crown (Divulgação / Netflix)

Por conta de sua experiência, Emma disse que faz falta mais criadores queer para que haja uma representação real de certos grupos LGBTQIA+, que mesmo com todo o progresso, ainda não se veem na mídia:

“Não tem muitos papeis não-binários por aí. Nós precisamos apoiar roteiristas queer e desenvolver projetos e receber essas narrativas em espaços criativos. Mas também, ser uma pessoa não-binária para mim é um espaço fluido onde eu não rejeito nem a feminilidade nem a masculinidade. Eu abraço ambos, minha experiência na Terra tem sido feminina até recentemente, e eu ainda amo todas essas partes de mim.”

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