Ator acusado de estupro é retirado de filme e substituído por versão ‘digital’ de atriz

Segundo um relatório do Vulture divulgado na terça-feira (11), Zack Snyder precisou inserir a última adição ao elenco de Army of the Dead: Invasão em Las Vegas, Tig Notaro digitalmente em inúmeras cenas já prontas do filme.

O subterfúgio foi necessário, porque a atriz e comediante foi escalada para substituir Chris D’Elia, que saiu do filme pouco antes da grande pausa, causada pela pandemia do Coronavírus.

D’Elia foi removido por decisão do diretor da produção, após várias acusações de má conduta sexual contra o ator, divulgadas no início da pandemia em 2020.

Acontece que D’Elia já tinha filmado muitas cenas, por isso a equipe técnica de efeitos visuais da produção precisou retirá-lo das cenas, o substituindo por Notaro, tudo digitalmente.

Como a pandemia atrasou as filmagens em meses, o elenco não teve oportunidade de se reunir para refazer as cenas que D’Elia aparecia, e para não atrasar mais ainda a produção resolveu-se utilizar a manobra digital para solucionar o problema.

Segundo a Vulture, foi explicado que a saída mais fácil seria Notaro filmar quase todas as suas cenas em frente a uma tela verde, sem outros atores, e a equipe de Snyder editar as cenas na filmagem existentes.

Porém, seria muito complicado colar a filmagem sobre D ‘ Elia, combinando seus movimentos, batimento por batimento, e a diferença de tamanho dos atores faria Notaro parecer anormalmente grande.

Chris D’Elia apareceu em foto de divulgação inicial de Army of the Dead (Divulgação)

Snyder comentou o processo a Vulture.

“Eu tive que fazer esse experimento incrivelmente técnico, recriando cada cena, tomada por tomada. Meu supervisor de efeitos visuais, Marcus Taormina, fez o trabalho de tirar Chris completamente do filme para que Tig pudesse ter liberdade de se mover dentro das cenas”, ele esclareceu.

A equipe de produção de Army of the Dead replicou os espaços físicos e ângulos de câmera das cenas originais do filme em um estúdio em Simi Valley, Califórnia, em setembro de 2020, para que Notaro filmasse sozinha suas cenas.

O trabalho de Notaro teve que ser estritamente sincronizado, sem improvisação, para que combinasse com as reações dos outros personagens. Para que ela soubesse para onde olhar, foram utilizados adereços como ponteiras laser e bolas de tênis penduradas em suportes.

A única cena em que a comediante teve companhia foi uma longa cena com Ana de la Reguera, que demorou metade de um dia para ser filmada.

As cenas em que a personagem de Notaro tocava outro personagem foram pantomimadas, ou filmadas com seu assistente, Patrick McDonald, vestindo um terno verde.

Algumas cenas que não ficaram bem sincronizadas foram editadas pela equipe de efeitos visuais, que usou uma varredura CG do corpo de Notaro, criando assim uma versão digital dela, para que pudessem inserir nas cenas.

“Algumas das fotos mais complicadas foram onde ela estava andando no grupo – eu tive que combinar as panorâmicas [da câmera] e foi difícil obter a perspectiva para combinar. Demorou alguns meses para obter todos os efeitos individuais e torná-los perfeitos. Marcus foi capaz de confundir e fazer funcionar, e a filmagem entrou com uma facilidade surpreendente”, contou Snyder.

Apesar de ter sido um processo bastante demorado e trabalhoso, aparentemente ele não foi muito caro, já que Snyder afirmou a Vulture que a remoção de D’Elia e inserção de Notaro custou muito menos do orçamento que criar o tigre zumbi para o filme.

O filme Army of Dead: Invasão em Las Vegas será lançado em 21 de maio no catálogo da Netflix, somente para assinantes.

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