O ano era 2018, e The Walking Dead levou para a tela da TV uma reviravolta histórica. Séries que perderam seus protagonistas existem aos montes, mas quando Andrew Lincoln pediu para se afastar das gravações que aconteciam em Atlanta, Estados Unidos, para passar mais tempo com sua família no Reino Unido, os criadores do programa fizeram uma grande virada.
A história de zumbis estava no ar há 8 temporadas e a saída do protagonista Rick Grimes, marcou este momento, quando a história deixou de ser apenas sobre zumbis e sobrevivência e passou a ser sobre reconstrução de uma sociedade.
Naquele universo, o novo mundo construído pelos que conseguiam se virar a ainda matar caminhantes era feito a partir de pequenas comunidades vivendo de subsistência. O saldo temporal de 7 anos na história fez com que o público não sentisse tenta falta de Rick, afinal ele voltaria num filme próprio.
Antes do fim da série, Danai Gurira, a Michonne, também deixou o elenco, e agora em 2024, ambos os personagens voltam não num filme, mas na série The Ones Who Live.
A série chega num momento que a atração principal não está mais no ar, e outros produtos subiram para compor o universo completo dos personagens que encantaram a cultura pop.
Na nova atração, não tem enrolação. Logo de cara o público vai ver o motivo que levou Rick a ficar preso, na RCM, uma organização militar que já tinha mostrado seus contornos totalitários anteriormente.
Enquanto planeja uma fuga, e traça um plano para estar perto daqueles que abandonou quando foi obrigado a entrar num helicóptero antes da explosão da ponte, ele tem devaneios com Michonne, em passagens que vislumbram seus sonhos de como os personagens seriam num mundo sem os mortos vivos.
Outros personagens no entanto são colocados nessa equação que compõem a nova realidade Rick e eles servem mais do que escada, e sim para serem peças de sua jornada numa trama construída de forma bem diferente de suas irmãs.
The Ones Who Live pode não ter tido a sorte do timing correto de quando The Walking Dead estava em alta, mas mostra maturidade de uma equipe de roteiro que pretende fazer algo diferente do que já foi explorado e principalmente não cair em erros anteriores.
É uma série de guerra, mas com um grande foco no amor dos personagens que ganharam o público. Tanto Danai quando Andrew brilham em seus papéis, como se os anos longe só os fizessem voltar ainda mais afiados. Meio à conexao que é reforçada entre os dois, o questionamento que o roteiro propõe é: quem são Michonne e Rick depois de anos separados?
O suspense e o mistério também estão presentes sobretudo na RCM, pintada como o grande mal a ser enfrentado e vendida pelos produtores como a maior vilã que os mocinho já enfrentaram.
Para quem pretende assistir, será um prato cheio para rever os personagens em situações novas e que amarram o universo, ainda que muitas perguntas ainda não tenham sido respondidas.
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Formado em Administração e Psicologia, e também fez curso de desenho. Fã de games, desenhos animados, séries e filmes.
