The Handmaid’s Tale | Atriz defende série contra acusações de tortura pornográfica

ATENÇÃO! Esta matéria contém discussões que podem ser consideradas ofensivas e/ou delicadas para algumas pessoas.

Amanda Brugel, que interpreta Rita Blue em The Handmaid’s Tale (O Conto da Aia, no Brasil), falou sobre as representações de violência do programa.

Desde sua estreia em 2017, o drama do Hulu teve uma certa quantidade de violência incluída em sua premissa. A série é uma adaptação do romance de Margaret Atwood de mesmo nome, que se passa em um mundo distópico após a Segunda Guerra Civil Americana e se concentra em uma sociedade totalitária que sujeita mulheres férteis (chamadas de “Servas”) às crianças à escravidão.

Desde o seu início, The Handmaid’s Tale tem enfrentado cada vez mais questões sobre se sua violência foi longe demais. Embora os comentaristas reconheçam que a adaptação sempre foi gráfica, e às vezes até grosseira, argumentou-se que a tortura que June (Elisabeth Moss) e outros enfrentam se tornou repetitiva.

Alguns chegaram ao ponto de afirmar que a série geralmente cai no reino da “tortura pornográfica”, um rótulo frequentemente aplicado a filmes de terror excessivamente violentos como a franquia Jogos Mortais.

Brugel abordou essas reclamações em uma entrevista recente ao Digital Spy, onde defendeu The Handmaid’s Tale. Ela expressou a opinião de que as representações da série sobre violência e misoginia ajudam a deixar claro que essas questões estão longe de estar resolvidas.

A atriz também compartilhou sua crença de que o drama busca simplesmente refletir os ciclos de abuso que muitas mulheres sofrem tragicamente na vida real.

“Eu realmente acho que a única maneira de causar impacto é deixando as pessoas desconfortáveis. Não tão desconfortável que elas se virem, mas que atinge um nervo para fazer as pessoas se levantarem e prestar atenção. Nada do que foi mostrado no show é novo. Essas são coisas que acontecem em todo o mundo, constantemente. E embora seja desconfortável e não seja fácil de digerir, acho importante mostrar que não estamos nem perto de terminar nossa jornada, especialmente em relação à violência contra as mulheres, a misoginia e a igualdade entre os sexos”.

O debate explodiu com a 4ª temporada The Handmaid’s Tale, já que apresentava alguns dos momentos mais sombrios da série. Segundo o Screen Rant, na estreia, uma menina de quatorze anos é forçada a se casar e repetidamente estuprada pelos amigos de seu marido.

Em outros momentos, June sofre uma crise de afogamento (o que lembra os traumas enfrentados pelos prisioneiros) e tem que testemunhar suas companheiras Servas morrerem de maneiras cruéis e assustadoras. Em um dos momentos mais sombrios da temporada, June dá informações sobre suas companheiras Servas para salvar sua filha da tortura.

The Handmaid’s Tale não é o único programa a ser criticado por suas representações de intensa violência. Game of Thrones, por exemplo, foi criticado pelas mesmas coisas durante sua execução.

O debate muitas vezes se resume a questões de se a violência serve a um propósito narrativo válido ou é usada para chocar, ou para uma reviravolta na história que busca mercantilizar traumas muito reais.

É uma questão preocupante que muitas séries e filmes continuarão a enfrentar enquanto procuram dramatizar as injustiças que existem na vida cotidiana.

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