Super Mario Bros. O Filme surpreende ao transformar jogo em história impecável

Filme baseado em videogames nem de longe lembra o longa feito nos anos 1990

“A expectativa é a mãe da frustração”, essa frase muito dita nos dias de hoje é a ideal para falar sobre o lançamento de Super Mario Bros. O Filme que estreou em todo o Brasil nesta quarta-feira (05). O longa, que é o primeiro animado com o personagem título foi cercado de inúmeros cuidados por parte de produtores e idealizadores desde que foi anunciado.

Na ocasião, havia no ar um certo descrédito e até uma apreensão sobre o que seria o projeto e qual história ele teria. Adaptações de videogame no cinema de Hollywood se provaram, se não fracassos, insuficientes para serem chamados de grandes sucessos. Depois de Sonic – O Filme, que apostou num híbrido de animação e live-action (tal qual outros filmes esquecíveis como Picapau), gerou-se a coragem de levar o bigodudo mais famoso dos jogos para as telonas, mas em forma de animação.

Mario e Luigi em comercial em Super Mario Bros. O Filme
Mario e Luigi em comercial em Super Mario Bros. O Filme (Divulgação/ Universal Pictures)

Entendam: a frustração aqui não existe, e o motivo é simples: Nem a Universal Pictures, nem a Illumination criaram qualquer expectativa sobre o filme, porque conheciam bem o público, muitas vezes ranzinza, problematizador e preconceituoso com o qual estavam lidando. Em todo o material de divulgação de Mario Bros. O Filme, pouco se mostrou sobre seu enredo, focando apenas em imagens que soavam familiares a quem já conhecia os jogos.

“Você não sabe a hora de desistir”

Na história do longa, a máxima do ‘quem persiste alcança’ toma forma ao caracterizar Mario como um homem adulto, que larga o emprego para abrir a própria empresa, e leva consigo o irmão, um Luigi retratado como mais jovem, mais inseguro, e que precisa sempre de um empurrãozinho e incentivo. A nova empresa é vista com desconfiança até pelos mais próximos, e os irmãos encanadores precisam de um grande sucesso para alavancar a carreira no empreendedorismo.

Mario em Super Mario Bros. O Filme
Mario em Super Mario Bros. O Filme (Divulgação/ Universal Pictures)

É quando os canos de Brooklyn, em Nova Iorque estouram, e Mario decide bancar o herói, salvar o bairro e assim ganhar a notoriedade que precisa para que seja chamado para mais trabalhos. Mas ao adentrar a rede de esgoto local, ambos os personagens são sugados, cada um para um universo diferente e ficam separados pela primeira vez. Enquanto Mario cai no Reino dos Cogumelos, Luigi vai para o Reino Sombrio numa referência ao jogo Luigi’s Mansion.

Tal qual os jogos, Luigi pula rios de lava, e lida com esqueletos que se remontam magicamente para persegui-lo, indo parar diretamente num castelo assombrado em que Bowser, vilão que havia dominado o lugar, se esconde. Enquanto isso, no Reino dos Cogumelos, se espalha a notícia de que Bowser tomou posse da estrela do poder e está rumo ao reino para se apossar dele. Quando Mario, ainda sem entender aquela realidade paralela fica sabendo que o irmão a quem sempre protegeu, pode estar em perigo aceita o desafio de junto à Princesa Peach resgatá-lo, e lutar contra Bowser para defender aquele novo mundo.

Luigi em Super Mario Bros. O Filme
Luigi em Super Mario Bros. O Filme (Divulgação/ Universal Pictures)

Dedo da Nintendo é vísivel

Precisamos falar da Nintendo: A empresa de jogos entende o papel de Mario dentro de seu portfólio, sabe que ele é rosto de seus produtos e foi extremamente cautelosa com tudo o que permitiu que fosse colocado nas telonas (sobretudo após o ainda comentado fracasso do live-action do Mario em 1993). Sem conquistar uma grande fatia do mercado dos jogos atuais, a companhia ainda é enorme, mantém fãs fiéis e apostou no entretenimento familiar para si, e isso se reflete no filme.

Diferente de outros longas animados que possuem piadas que só os adultos entendem, em Super Mario Bros. O Filme isso não acontece, justamente porque o dedo da Nintendo faz com que a Illumination trabalhe a história de forma que o público se sinta inserido naquele contexto independentemente da idade.

Bowser em Super Mario Bros. O Filme
Bowser em Super Mario Bros. O Filme (Divulgação/ Universal Pictures)

Filme não vai estragar infâncias, porque já é feito para crianças

Por falar em idade, o filme vai sim agradar mais novos e mais velhos, e há de se ter sempre em mente que ele não foi feito para ser profundo, e levar a grandes reflexões, e sim para divertir, e claro, ter uma boa dose de nostalgia (se é que dá pra chamar assim, já que os personagens mais antigos costumam aparecer em todos os jogos, inclusive nos mais recentes).

Estes personagens foram em peso para a história, e enquanto alguns como Yoshi, ganharam pouco tempo de tela, outros por ventura tiveram até uma camada de personalidade jogada sobre si, inclusive nas participações especiais como foi o caso de Cranky Kong e Donkey Kong. A Princesa Peach do filme é exatamente a mesma que aparece nos últimos jogos do personagem, deixando de lado a visão estereotipada da donzela em perigo que ela foi no passado, e se transformando numa monarca disposta a lutar pelos seus e até a fazer sacrifícios.

Mario e Princesa Peach em Super Mario Bros. O Filme
Mario e Princesa Peach em Super Mario Bros. O Filme (Divulgação/ Universal Pictures)

A trilha sonora é um deslumbre à parte e mescla tanto músicas clássicas presentes nos games, como sucessos da década de 1980, período em que o personagem título foi criado e teve sua ascensão.

O filme é uma comédia com momentos de ação, e vai fazer a plateia rir do início ao fim, mas também chorar (a depender da idade), e definitivamente pode se transformar no maior sucesso de animação de 2023.

Confira o trailer:

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E nosso veredicto de Balde de Pipoca foi:

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