Saiba quem é Lidia Poët, a primeira advogada italiana, protagonista de nova série da Netflix

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A nova série da Netflix, intitulada As Leis de Lidia Poët, conta a história da primeira advogada italiana. Ela se formou e foi admitida pela Ordem dos Advogados, porém, pouco tempo depois, sua licença foi simplesmente cassada. Segundo as autoridades, era impróprio uma mulher exercer a profissão.

Quem foi Lidia Poët e como começou sua história?

Lidia nasceu na província de Turim, em uma família abastada. Tinha quatro irmãos e três irmãs, sendo ela a mais nova.

Convenceu os pais a deixarem que ela estudasse e logo obteve a licença de professora, ensinando três línguas e simultaneamente matriculando-se na Universidade, onde, em 1880, se formou em Direito com uma tese sobre a condição da mulher na sociedade e sobre o direito das mulheres ao voto.

Como já era de se esperar, sua participação na Ordem dos Advogados da Itália acabou durando muito pouco.

Matilda de Angelis como Lidia Poët em As Leis de Lidia Poët (Divulgação)
Matilda de Angelis como Lidia Poët em As Leis de Lidia Poët (Divulgação)

Ela contrariou vários membros da comissão ao suscitar vários debates em torno do feminismo e, mesmo sendo uma advogada reconhecidamente brilhante, o procurador-geral interpôs um recurso contra ela e lhe tirou o título, conforme lembra o site HarpersBazaar.com.

Indignada, ela tentou apelar, porém, as autoridades confirmaram a decisão afirmando que existiam desigualdades naturais entre homens e mulheres. O argumento era de que elas estão sujeitas a todas as alterações hormonais do ciclo menstrual e isso atrapalharia seu julgamento.

Outro argumento é que mulheres bonitas e “membros do sexo frágil” seriam um problema quando os homens precisassem tomar decisões mais severas em sua frente, já que elas, supostamente, não estariam prontas para presenciarem a violência.

Matilda de Angelis como Lidia Poët em As Leis de Lidia Poët (Reprodução)
Matilda de Angelis como Lidia Poët em As Leis de Lidia Poët (Reprodução)

Lidia não se acovardou diante da situação

As motivações da Ordem dos Advogados não convenceram a opinião pública e nem os jornais, que já estavam dispostos a apoiarem a luta pela igualdade de direito havia anos.

Diante disso, Lidia decidiu trabalhar no escritório de advocacia de seu irmão, Enrico, enquanto atuava como secretária nos Congressos Penitenciários Internacionais e como delegada nos Congressos no exterior, juntando-se então ao Conselho Nacional das Mulheres Italianas em 1903.

Durante a Primeira Guerra Mundial ela também foi enfermeira voluntária da Cruz Vermelha Italiana, recebendo uma medalha de prata por valor civil.

Foi somente no ano de 1920, já aos 65 anos de idade e após 37 anos de protestos, que Lidia conseguiu o direito de exercer sua profissão.

Ela continuou se dedicando à advocacia, pouco depois de se tornar presidente do primeiro comitê de votos para as mulheres na Itália.

Em 1946, ela participou do primeiro turno das eleições por sufrágio universal e faleceu três anos depois aos 94 anos de idade. Em sua lápide está escrito “primeira advogada da Itália”.

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