A Associação Centro Dom Bosco, formada por um grupo evangélico, entrou com uma nova ação no Tribunal de Justiça de São Paulo, contra o grupo Porta dos Fundos, devido o lançamento especial de Natal.
A Associação já havia sido derrotada anteriormente em outra ação pelo Supremo Tribunal Federal. A primeira versão animada do tradicional especial de Natal deste ano chama-se “Te pego lá fora”, com exclusividade no streaming da Paramount+.
Eles alegam que o pedido de censura contra o grupo humorístico tem a “necessidade de proteger o sentimento religioso de uma violação grave”. A petição cita que o pedido tem o objetivo de evitar “que a onda de intolerância contra àqueles que professam alguma religião não se agrave ainda mais”.
O roteiro de especial de Natal do Porta dos Fundos foi escrito pelo Fábio Porchat e o enredo mostra a adolescência de Jesus durante o ensino médio e, para escapar de uma perseguição do diretor Herodes, que é pedófilo, se transforma em um garoto mal.
Em 2019 a ação foi negada
A Associação Centro Dom Bosco, em 2019, também entrou com ação contra o Porta dos Fundos. Na ocasião, o grupo de humor mostrou um episódio em que Deus era mentiroso, Jesus era gay e Maria era adúltera e usuária de drogas. A sede da empresa na época sofreu alguns ataques de bomba, mas ninguém ficou ferido.
No especial de Natal deste ano, o Jesus adolescente consome pornografia, sofre bullying e acaba encontrando Deus, o seu pai, em um prostíbulo. A estreia ocorreu ontem na plataforma da Paramount.
“Eu comento com pessoas religiosas sobre a Bíblia, e ninguém faz a menor ideia do que está escrito na Bíblia. Ninguém lê a Bíblia. E isso é o que me dá mais medo. As pessoas ficam muito loucas porque, no fim das contas, elas não acreditam nesse Jesus de verdade, o Jesus do amor”, comentou Porchat em entrevista.
“A gente tem que lutar pelo estado laico. É por isso que eu acho importante que a gente faça piadas com religião. Ridicularizar não só pode como deve. A gente não pode deixar nada ficar sagrado, porque o sagrado para você não é sagrado para mim,” declarou o humorista.
“Temos que fazer e temos que rir. Porque se uma coisa se torna sagrada, ela se torna intocável. Ela se torna lei e ela se torna um monstro. E esse monstro vai engolir a todos nós”, concluiu Porchat.
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Sou a Raio de Luar, mineira, jornalista, especializada em marketing e fotógrafa.
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