Lucifer teve três temporadas no canal americano Fox antes de ser cancelada e salva pela Netflix, mas a série chegou a ser quase cancelada antes mesmo da estreia.
Tudo começou quando os primeiros anúncios sobre o programa foram feitos pelo canal de TV, e geraram uma reação imediata e desproporcional de um dos grupos mais conservadores dos Estados Unidos.
Chamado de One Million Moms (Uma Milhão de Mães), o grupo conservador protestante, reúne bem menos que um milhão de ativistas, mas consegue fazer tanto barulho como se tivesse.
Segundo o GLAAD, ONG de defesa LGBT+, o OMM é considerada uma astroturf – apelido dado a organizações de natureza política, que se apresentam como se fossem organicamente formada por pessoas que se uniram em um propósito genuíno com apoio financeiro de instituições privadas. Segundo um estudo levantado pela ONG, o grupo OMM é formado por uma única mulher que infla seus números para parecer ainda mais influente.
Com isso, com raízes plantadas em fundamentos protestantes, e crenças, esta organização bateu contra o canal de TV, anunciando boicote devido ao universo de Lucifer.
Diferentemente da história contada na Bíblia, em que Lúcifer é o diabo, e a representação do mal, e de tudo o que há de errado no mundo, na série, que é uma adaptação dos quadrinhos da DC Comics criados por Neil Gaimann, o personagem ainda é o rei do inferno, porém numa personalidade mais amigável, e sedutora.
A retratação de Lúcifer como um homem simpático nos primeiros teasers da série, fizeram os manifestantes alegarem que aquilo era errado, chamando de uma leitura compassiva. Apesar de ter abalado um pouco os executivos da Fox, não mexeu nem um pouco com os ânimos do criador dos quadrinhos, que já tinha vivido algo semelhante em 1991, quando um grupo que também se denominava ‘de mães’, quis impedir a publicação de Sandman. “Eu me pergunto se elas perceberam que não funcionou da última vez…”, disse ele segundo o Den of Geek.
Depois de cancelada pela Fox na terceira temporada, a série foi salva pela Netflix que a levou a ter mais três temporadas, sendo finalizada na sexta, que foi ao ar no ano de 2021.
Em tempo, o One Million Moms, ainda continua na tentativa de cancelar outras coisas – elas dizem ser contra o ensinamento da diversidade racial e desigualdade nos Estados Unidos, além de terem se posicionado contra a música WAP, de Megan Thee Stallion, e contra um comercial de biscoitos que mostrava um homem cis usando batom. Para o grupo, essas coisas tocam em questões morais de vida ou morte.
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