Drag Race UK | Participante abre o jogo sobre HIV e vida com o vírus

Charity Kase aproveitou o mês de conscientização e prevenção de HIV e Aids para conversar abertamente sobre seu status e como aprendeu a conviver com ele.

Atenção: este texto trata de temas de abuso sexual.

A participante da terceira temporada de RuPaul’s Drag Race UK foi a oitava colocada em sua participação no reality e ganhou uma legião de fãs que admiravam seu estilo diferente de tudo que já havia passado na versão britânica do show.

Charity, nome drag de Harry Whitfield, 24 anos, revelou em entrevista com o Metro UK que sentia muito isolamento onde nasceu, em Rufford, Lancashire. Quando a oportunidade de se mudar para a capital do país surgiu, a queen abraçou sem pensar duas vezes:

“Eu cresci em uma vila pequenininha onde não tinha nenhuma pessoa abertamente gay. Eu nunca achei que eu pertencia. Quando meu namorado de Londres me convidou pra ir morar com ele aos 17 anos eu não pensei duas vezes.”

A performer abriu o jogo sobre o abuso que sofreu em um dos episódios do show. Aos 18 anos, o artista foi estuprado em uma festa e contraiu o vírus do HIV por causa do abuso. Charity confessou que por muito tempo sentia que a doença era uma mancha em sua vida:

“Um ano depois, eu estava em uma festa e alguém se aproveitou de mim. Eu fiquei muito doente e fiz um teste de DSTs no hospital. Me contaram que eu tinha contraído HIV. Eu me senti como se o mundo inteiro tivesse desmoronado em cima de mim. Eu achava que a doença era algo sujo. Mas isso não é verdade.”

Artista quer mudar a narrativa de pessoas com o vírus

Charity Kase em RuPaul's Drag Race UK (Reprodução)
Charity Kase em RuPaul’s Drag Race UK (Reprodução)

Charity conta que quer mudar a imagem de pessoas com HIV, que ainda sofrem muito preconceito porque a doença ainda é tratada como tabu. A artista revelou que levou um tempo para aceitar sua condição, e que ainda é uma situação de constante aprendizado para ela e para seus amigos.

A queen também contou que acha importante ensinar que pessoas com o vírus podem levar uma vida normal e informar sobre a indetectabilidade, que impede que a doença seja passada adiante:

“O estigma em torno do HIV ainda é muito pior do que a própria doença. Me levou meses até que eu estivesse bem com o meu diagnóstico. Eu tinha os mesmos preconceitos que os outros mesmo sem saber disso. Até mesmo os meus amigos pensavam que poderiam pegar o vírus se dividissem um drinque comigo. Mas eu tomo um comprimido todo dia para ficar saudável e completamente indetectável, então eu não posso transmitir. Eu vivo minha vida bem, essa não é a narrativa que ouvimos sobre o o HIV.

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