Um dos livros que explora os legados, influêcias e importância das princesas da Disney, Disney Princess: Beyond the Tiara acabou sofrendo uma alteração pelo grande estúdio, que nem a sua escritora esperava.
Num bate-papo com site Looper, Emily Zemler, autora que escreveu o livro, comentou as razões que lhe fizeram pesquisar a história daa 12 princesas da Disney e a visão que as personagens ganharam na sociedade ao longo do anos.
Emily chama a atenção para a forma como as personagens são tratadas, sendo amadas parte da sociedade, ao mesmo tempo que são criticadas e rotuladas promotoras de estereótipos, por outros.
“Meu processo de pensamento foi não apenas olhar para o que culturalmente influenciou cada personagem, mas também como elas eram suas próprias influências culturais e como isso evoluiu ao longo do tempo.”
A escritora não hesitou ao dizer que enxerga boas intenções nas personagens, chegando a elogiar algumas delas como “heroínas”, porém isso causou um pequeno desconforto na Disney.

O grande estúdio, ou parte dele, há algum tempo dá sinais de preocupação com o uso de alguns adjetivos e pediu para Emily substituir as palavras “heroína” por “herói”.
“A discussão com eles [sobre os heróis] foi importante no livro. Durante o processo de revisão, a Disney nos pediu para mudar as palavras ‘heroína’ para ‘herói’ para que parecesse algo mais igual”.
Segundo a própria escritora, a Disney queria passar uma mensagem de importância e empoderamento com essa troca, usando questionando do tipo ‘porque as garotas também não podem ser heróis?’

O pedido da Disney gerou alguns problemas para Emily, que sentiu dificuldades em diferenciar algumas princesas, como Jasmine, entre príncipes, como o Aladdin. Ainda assim, a escritora concordou com o pensamento do estúdio.
“Isso foi um pouco complicado quando eu estava tentando diferenciar entre heróis da Disney como Aladdin [e] heróis da Disney como Jasmine. Mas ajuda a elevar as princesas e colocá-las no mesmo nível de outros personagens. Por que elas não podem ser consideradas [heróis]?”
O pedido da Disney parece reforçar algumas atitudes que o estúdio tomou nos último anos que, em algumas frentes, tentou evitar a propagação de alguns preconceitos.
Todos os espectadores que assistirem as clássicas animações do estúdio no Disney+, por exemplo, serão relembrados que o filme pode contar ações ou falas machistas, sexistas ou até mesmo homofóbicas.
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Baiano, mas nascido em São Paulo, sou fascinado pelo cinema e a cultura pop e hoje me dedico à redação do ePipoca.