Cidade Invísivel provoca rejeição de ativistas indígenas

A nova série brasileira da Netflix, Cidade Invisível, tem gerado bastantes comentários nas redes sociais.

Boa parte dos assinantes do serviço de streaming estão elogiando a trama, a produção e os personagens, incluindo usuários de outros países que se encantaram com os personagens do folclore brasileiro.

Entretanto, como nem tudo são flores, outras discussões a respeito da série –que tem Marco Pigossi e Alessandra Negrini como destaques – surgiram na Internet por parte daqueles que não acharam a produção tão boa assim e fizeram críticas pela falta de representatividade indígena na trama.

Alguns dos questionamentos feitos se justificam no fato de que, por se tratar de uma série que representa a cultura brasileira, atores e/ou produtores indígenas deveriam ser escalados.

Uma das pessoas que levantaram essa bandeira foi a socióloga Lai Munihin. Ela é pesquisadora nas áreas de relações étnico-raciais e encarceramento indígena, e utilizou seu perfil no Twitter para emitir sua opinião, dizendo:

“Se quisessem ter feito isso bem feito, teriam contratado indígenas para toda a parte de produção de roteiro, enredo, para além da questão de escolha de atores.”

Outra crítica que Munihin fez foi com relação ao fato de que personagens como o Saci Pererê, o Boto, a Iara e o Curupira e a Caipora que, segundo ela, são

“considerados cinco entidades pertencentes às espiritualidades indígenas, serem interpretadas por não-indígenas brancos e negros”.

Houve mais críticas também por parte da ativista Alice Pataxó que disse:

“Nossa cultura não é entretenimento, nossas crenças não devem ser desrespeitadas, somos partes dela, não pode nos excluir da sabedoria que nos pertence.”

A essa opinião se somou a de Fabrício Titiah, ativista da tribo Pataxó HãHãHãe, que afirmou:

“Há uma diferença muito grande entre exaltar uma produção nacional e colaborar para a venda da imagem de um Brasil onde a cultura sagrada de um povo e tratada como uma fantasia exótica, reforçando pensamentos equivocados que os gringos têm sobre nossa cultura.”

Mesmo com todas essas críticas, a série parece ter agradado o público e conseguiu alcançar o top 10 de pelo menos 40 países no mundo como França e Espanha.

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