Atriz idosa explica por que ficou traumatizada ao gravar O Iluminado

O site Hollywood Reporter divulgou, recentemente, uma entrevista com a atriz Shelley Duvall, que atuou no clássico O Iluminado (1980), do renomado cineasta Stanley Kubrick.

A atriz, que hoje está com 71 anos de idade, se aposentou no ano de 2002 e passou a viver em uma fazenda localizada no interior do estado americano do Texas, desde que deixou a indústria do entretenimento de vez.

Ela revelou que ficou completamente traumatizada com todas as exigências do diretor durante as gravações do longa.

No filme, ela deu vida à personagem Wendy Torrance, esposa de Jack Torrance, interpretado pelo ator Jack Nicholson.

Segundo a atriz, o que mais a incomodou foi o costume do diretor refilmar inúmeras vezes cada cena.

“Ele não ficava satisfeito com nada até pelo menos o 35º take. Trinta e cinco takes, correndo e chorando e carregando um garotinho, é pesado. E ele queria todos atuando com tudo desde o primeiro ensaio. É difícil”.

A atriz aproveitou a oportunidade para falar também sobre quais eram suas técnicas para conseguir entrar no clima da sua personagem, explicando que colocava músicas tristes para tocarem no seu walkman a fim de tentar se concentrar em alguma memória traumática que pudesse ajudá-la a representar a tristeza de Wendy.

“Você pensa em algo muito triste da sua vida ou da saudade que sente de familiares e de amigos. Depois de um tempo o seu corpo se rebela. Ele diz: ‘pare de fazer isso comigo, não quero chorar todos os dias’. E às vezes apenas esse pensamento já me fazia chorar. Eu acordava segunda de manhã cedo e lembrava que precisava chorar porque estava na agenda e aí eu começava a chorar, ‘não, eu não quero isso’”.

A atriz classificou o comportamento de Kubrick como abusivo, dizendo que esse era seu real perfil, mas que ela não guardava mágoas.

“Ele tinha esse perfil. Ele definitivamente tinha isso nele. Mas acho que principalmente porque as pessoas agiram assim com ele no passado”.

“Nenhum [rancor]. Ele era muito caloroso e amigável. Ele passou muito tempo comigo e com o Jack. Ele gostava de sentar comigo e conversar por várias horas enquanto a equipe aguardava. Eram 60 pessoas esperando, mas era uma conversa muito importante para o trabalho”.

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