Adeus, Idiotas: Comédia, mas só até o Lado B

Adeus, Idiotas é uma comédia de exageros em toda a sua extensão: desde seu início improvável até o seu final que pode surpreender até os cinéfilos mais preparados.

O filme conta a história de Suze (Virginie Efira) e Jean-Baptiste (Albert Dupontel), dois adultos desesperançosos com a vida por motivos diferentes.

Suze é uma mulher de 43 anos que descobre que está à beira da morte por conta de uma doença incurável, e a notícia lhe dá a perspectiva de ir atrás de um assunto inacabado.

Aos quinze anos, a cabeleireira teve um filho que foi forçada a entregar para a adoção, e agora, com o fim da vida em frente a seus olhos, ela só quer ter certeza que, mesmo sem se envolver, sua prole vai ficar bem encaminhada e feliz.

Por uma incrível coincidência do destino, ela cruza caminhos com Jean-Baptiste, um quinquagenário funcionário de TI que está em estado de burnout completo. JB viu o trabalho que daria o reconhecimento da sua vida ser retirado de suas mãos e perde o sentido da sua vida.

É graças a Suze que ele enxerga uma possibilidade de se ver útil e ajudar a moça. Com o auxílio de Serge Blin (Nicolas Marié), um arquivista cego, a dupla se vê tentando resgatar o passado da moça enquanto fogem da polícia antiterrorismo, que está no encalço de Jean.

Adeus, Idiotas (Divulgação/ADCB Films)
Adeus, Idiotas (Divulgação/ADCB Films)

Comédia? Talvez.

Para quem está esperando entrar no cinema para ter acessos de riso, e chorar de tanto rir, pode tirar o cavalinho da chuva: na mesma dose que há momentos absurdamente cômicos, há drama e momentos de contemplação existencial para dar e vender.

Isso não quer dizer que o filme seja ruim, de maneira alguma: ele entrega tudo que se propõe, e tem uma conclusão no mínimo condizente com o tom do filme inteiro.

A direção fica a cargo de Dupontel, que entrega uma ótima performance como um dos protagonistas, assim como mostra seu talento na cadeira de diretor. Virginie também retrata toda a emoção de uma mulher passando pela situação de sua personagem.

Adeus, Idiotas (Divulgação/ADCB Films)
Adeus, Idiotas (Divulgação/ADCB Films)

O alívio cômico do filme fica nas mãos do nosso arquivista cego, que traz um equilíbrio bom para o ritmo da produção e leveza para os momentos que beiram o melodrama.

No fim das contas, Adeus, Idiotas é um bom investimento da uma hora e meia de história. Se não é a comédia mais engraçada de 2022, pelo menos o roteiro de qualidade e a trama envolvente cumpre o que promete: diversão com uma bela dose de filosofia, que vai deixar todo mundo saindo do cinema pensando sobre seus próprios futuros.

Nota final: Balde de Pipoca QUASE Cheio!

Confira o trailer oficial do filme aqui:

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