Criticada por ser branca, atriz solta o verbo e aponta racismo no Oscar

Atriz reconhece que seu privilégio como mulher branca a tornou mais visível para a Academia que colegas que não são

Andrea Riseborough disse estar ciente de seus privilégios depois da controvérsia de ‘surgir do nada’ e receber uma indicação ao prêmio de Melhor Atriz no Oscar 2023.

O nome da atriz, que recebeu a honra por conta de To Leslie, está envolvido em polêmicas, acusada de tomar espaço no evento. A atriz recebeu atenção depois de ser objeto de campanha que incluía outras estrelas de cinema.

Em entrevista ao The Holywood Reporter, Andrea reconheceu a discussão. Ela surgiu principalmente pelo fato da indicação dela ter deixado de fora pelo menos duas atrizes negras que eram consideradas certeiras na categoria.

Andrea Riseborough como Leslie em To Leslie (Reprodução)
Andrea Riseborough como Leslie em To Leslie (Reprodução)

Por conta do caráter excepcional da indicação, a Academia começou uma investigação sobre as táticas de campanha para a premiação. A atriz disse que respeita a decisão, e que acha que a exclusão das atrizes deve ser tema de debate, porém vai deixar as artistas falarem por si:

“Não somente faz sentido que essa conversa tenha surgido do que aconteceu, mas sua discussão é uma necessidade. A indústria do cinema é abominavelmente desigual em termos de oportunidade. Eu estou tomando cuidado de não falar pela experiência de outras pessoas porque elas estão em posição de falar, e eu quero escutar.”

Indicada lamenta por colegas, mas nega que tenha havido malícia em campanha para Andrea Riseborough

Michelle Yeoh, que foi a primeira atriz asiática da história do Oscar a ser indicada na categoria, entende a decepção das atrizes que não chegaram à fase. Danielle Deadwyler e Viola Davis foram duas que o público sugeriu como aptas à vaga no lugar de Andrea.

Michelle Yeoh como Evelyn Wang em Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo (Reprodução / A24)
Michelle Yeoh como Evelyn Wang em Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo (Reprodução / A24)

Apesar de concordar que o trabalho das colegas em Till: A Busca por Justiça e A Mulher Rei mereciam reconhecimento, Michelle disse que não acha que houve trapaça. Ser nomeada ao prêmio é difícil mesmo, e se fosse fácil assim, não teria levado 95 anos de Oscar para algo assim acontecer:

“Eu amo as duas demais, e eu queria que todas nós pudéssemos ganhar um Oscar mas é difícil, eu levei 40 anos para sequer ser indicada. Cada ator e atriz coloca seu melhor nesses filmes e você não entra neles pensando na indicação. As histórias que queremos contar são mais importantes que isso.”

“Se isso fosse tão fácil de ser feito, certamente alguém já teria feito antes”, argumentou a atriz. “A Academia sempre se orgulhou se ter regras e por jogar limpo e se enganá-los fosse fácil assim, isso já teria sido feito”.

Atualmente, To Leslie não está disponível no Brasil.

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