Para um programa com o tamanho da influência que Friends tem, ele exibiu um nível chocante de insensibilidade tanto em relação a seus próprios personagens quanto às várias formas de relações de privilégio que existem no mundo.
Há quem defenda, explicando que a série foi um produto de seu tempo e deve continuar sendo tratada como tal. De fato, não há como mudar o que está feito, e a série é realmente boa, mas não custa nada refletir sobre os defeitos para não repetir.
Os protagonistas regridem de modo geral
Enquanto alguns dos personagens principais da série conseguem mudar e evoluir ao longo dos episódios e temporadas, como Chandler e Monica, por exemplo, que aparentam estar seguindo em frente na vida para ter uma família e uma estabilidade, os demais parecem que vivem um processo de regressão.
Ross e Rachel acabam juntos, o que foi um relacionamento intermitente por várias temporadas.
Joey parece ficar cada vez pior, cada vez menos inteligente conforme a série avança, enquanto os roteiristas usam isso como motivo de piada.
Relacionamentos ciumentos e possessivos
Os fãs amam ou odeiam o relacionamento de Ross e Rachel, mas não se pode negar que ele tinha um lado ciumento e possessivo que era romantizado ou transformado em comédia pelo show.
Outra coisa é que Ross não entendia por que Rachel se dedicava a ter uma carreira na indústria da moda e sempre parecia que ele queria impedi-la de trabalhar.
Ele queria que Rachel se concentrasse nele ao invés de sua carreira e isso causou uma ruptura no relacionamento deles. Quando os dois conseguem resolver isso, eles ficam juntos novamente e Rachel desiste de seguir uma carreira em Paris para ficar com ele, o que a série retratou como algo romântico.
Nunca desista do que você é ou do que você quer por uma outra pessoa.
A falta generalizada de personagens e elenco diverso
Há muitos poucos atores não brancos que tiveram a oportunidade de darem vida a personagens importantes no show. As exceções são poucas, como Aisha Tyler, que interpretou a Dra. Charlie Wheeler, a namorada paleontóloga de Ross.
Mesmo com toda a diversidade de locações da série na vida real, continua não fazendo o menor sentido uma produção tão importante apresentar um elenco praticamente todo branco para um programa que sempre se orgulhava de ser acessível ao público.
Essas reflexões são importantes, pois uma coisa boa que tem acontecido é que as sitcoms já estão tomando rumos completamente diferentes nos dias de hoje.
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Um Psicólogo que estuda Medicina, ensina inglês, toca piano, ama escrever e tem um gato. Atuo como redator especializado em assuntos da cultura pop como filmes, séries de TV e streaming, animes e variedades relacionadas.
