Ex-amiga de golpista faz dura crítica de Inventando Anna por torna-la uma anti-heroína

Baseada em fatos reais sobre a vida da golpista Anna Sorokin (ou Delvey), a nova série da Netflix, Inventando Anna, é o título mais assistido do streaming, o que torna ainda maior o desagrado de Rachel Williams, a ex-amiga e vítima da falsa herdeira de família alemã rica.

Williams ficou indignada, quando soube que a mulher que lhe deixou uma dívida de US$ 60.000 de cartão de crédito estava sendo recompensada financeiramente por sua história, que ao ser glamourizada, a tornou em uma espécie de anti-heroína.

A ex-amiga de Sorokin desabafou sua revolta de maneira inteligente, por meio de um ensaio publicado pela revista americana Time, o qual ela iniciou contando sua história com a golpista.

“Mais de quatro anos se passaram desde que ajudei a polícia a montar uma operação para prender minha ex-amiga, a vigarista que eu conhecia como Anna Delvey. Mais tarde testemunhei em seu julgamento, descrevendo os eventos que me deixaram com mais de $60.000 em dívidas de cartão de crédito depois de uma viagem “tudo-pago” para Marrocos, com Anna e outros dois”, ele relembrou.

Ela prosseguiu falando sobre a minissérie da Netflix, insinuando que ela apresenta a história de Anna Sorokin de maneira irresponsável, fazendo com que ela pareça apenas uma mulher inteligente batalhando pelo que quer.

“Inventando Anna estreia em 11 de fevereiro… Milhões assistirão enquanto Anna é retratada como uma complexa anti-heroína lutando contra seus demônios pessoais e um mundo que constantemente subestima as jovens mulheres. Será visto por mais pessoas do que jamais conhecerá Anna ou fará o trabalho para entender sua verdadeira natureza ou o que realmente aconteceu. E essa é uma realidade perigosa”, ela afirma.

Julia Garner
Julia Garner como Anna Delvey em Inventando Anna (Divulgação / Netflix)

Willians salientou o fato da Netflix ter promovido a famosa golpista, ao contar sua história de maneira tão fascinante.

“Mas enquanto eu recusava pedidos de imprensa, eu assisti os meios de comunicação darem a Anna uma plataforma sem segurá-la para prestar contas, com entrevistas estranhamente convívio em que ela tentou passar o comportamento criminoso como uma forma de alta arte. Falar é barato e vigaristas são bons nisso, eu pensei, Por que estamos entregando um microfone? Mas sabemos a resposta. Anna, uma vigarista descarada com alto gosto, moral baixa, e nenhuma aparente consideração pelas consequências de suas ações, dá a um certo e alto canto da mídia exatamente o que eles querem”, ela garantiu.

Ela finalizou seu texto ressaltando que claramente Sorokin está sendo recompensada por enganar a ela e outras tantas vítimas de maneira criminosa.

“Se seus crimes forem bons o suficiente, uma empresa de mídia pode arrebatar os direitos de sua história pré-julgamento para que você seja capaz de pagar o advogado de sua escolha, um hábil o suficiente para minimizar sua pena. Você poderia receber tanto dinheiro que mesmo depois que seus fundos são congelados e as vítimas são pagas, você tem dinheiro sobrando. E, não só isso, mas se a fama é o que você está procurando, você terá construído uma ‘marca’, criado uma plataforma e encontrado um público para alavancar oportunidades futuras”, ela concluiu.

Inventando Anna está disponível na Netflix.

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