Ainda que seja baseado em uma tragédia da vida real e tenha vários personagens inspirados em pessoas de verdade, Titanic tem várias imprecisões históricas, incluindo uma das falas mais engraçadas e inteligentes de Rose (Kate Winslet).
Acontece que, durante uma refeição na sala de jantar da primeira classe, Rose, sua mãe Ruth (Frances Fisher) e seu noivo Cal Hockley (Billy Zane) são acompanhados por Molly Brown (Kathy Bates), Thomas Andrews (Victor Garber) e J. Bruce Ismay (Jonathan Hyde), e eles estão falando sobre como o navio foi projetado e feito.
Molly então pergunta que foi que pensou no nome ‘Titanic’ para o navio, e Ismay recebe o crédito por isso.
Ele começa um falatório para explicar o motivo do nome e diz que queria transmitir a ideia de tamanho puro, já que tamanho significa estabilidade, luxo e, acima de tudo, força.
É nessa hora que Rose pergunta se ele conhece o Dr. Freud – considerado o pai da Psicanálise – e se está familiarizado com suas ideias sobre a preocupação masculina com o tamanho [do órgão genital], afirmando que elas poderiam “ser de particular interesse para ele”.
Isso provoca risadas da parte de Molly e Mr. Andrews, além de deixar Ruth totalmente desconcertada. A cena é ainda melhor, pois Ismay não entende o que Rose está dizendo a ele, perguntando se Freud é um passageiro do Titanic.
Essa, no entanto, é mais uma grande imprecisão histórica, pois as teorias de Freud sobre esse assunto em particular ainda não haviam sido publicadas na época.
Como apontado por muitos espectadores ao longo dos anos, as ideias de Sigmund Freud sobre o tamanho do órgão genital masculino só foram publicadas em 1920, especificamente no ensaio Além do Princípio do Prazer e, portanto, não fazia sentido que Rose as conhecesse, já que o Titanic afundou em 1912.

Há outros, por outro lado, que defendem que Rose poderia ter conhecido as teorias de Freud antes das publicações, já que elas eram difundidas oralmente, e Rose era uma moça refinada.
De todo modo, os pensamentos do autor só ganharam força mesmo depois de 1920, por mais inteligente e engraçado que tenha sido ouvir uma jovem como ela dizer isso à mesa a um homem.
Assim, a cena mostra não só a força de Rose e o quanto ela queria se libertar daquele ambiente egocêntrico em que não se encaixava, representando muitas moças da época que também se sentiam da mesma forma que ela.
O que você achou? Siga @siteepipoca no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui.

Um Psicólogo que estuda Medicina, ensina inglês, toca piano, ama escrever e tem um gato. Atuo como redator especializado em assuntos da cultura pop como filmes, séries de TV e streaming, animes e variedades relacionadas.