Tarantino relata briga com Harvey Weinstein por cena de Cães de Aluguel

O consagrado cineasta Quentin Tarantino falou sobre sua relação de trabalho com Harvey Weinstein durante sua participação no programa The Joe Rogan Experience desta semana. O diretor revelou que teve um início difícil ao trabalhar com a Miramax, produtora fundada por Weinstein.

A relação de Tarantino e Westein foi iniciada quando a Miramax se tornou distribuidora do seu longa Cães de Aluguel. De acordo com o cineasta, o produtor teria insistido em remover do filme uma cena de tortura.

A cena citada por Tarantino chocou o público e a crítica e foi alvo até mesmo de protesto durante a exibição do longa em diversos festivais de cinema. As gravações mostram o momento em que o Sr. Blonde (Michael Madsen) tortura um policial (Kark Baltz) ao cortar seu rosto e sua orelha.

“Seu raciocínio era:‘ Olha, Quentin, este é um filme que qualquer pessoa pode assistir. Mas com aquela cena de tortura, você vai alienar as mulheres; elas não vão querer ver isso. Então você está literalmente colocando seu próprio filme em uma caixinha. Mas sem essa cena, qualquer um pode ver este filme e todo mundo vai gostar ‘”, disse Tarantino sobre o posicionamento de Weinstein.

De acordo com o diretor, não ter acatado a opinião de Weinstein o transformou no profissional que ele é hoje, “porque Harvey estava acostumado a ganhar esse tipo de argumento”, afirma.

Harvey Weinstein ficou conhecido no mundo do cinema por fazer com que os diretores seguissem suas orientações sobre cortes e edições dos filmes. Esta postura um pouco autoritária deu a ele o apelido de “Harvey Mãos de Tesoura” em Hollywood.

No entanto, em Tarantino, Weinstein pode ter encontrado um rival à sua altura. O argumento do cineasta é que o filme já havia sido exibidos em festivais sem o corte e a cena gerou burburinho.

Harvey Weinstein em Untouchable (Divulgação)

Tarantino é apenas um dos diretores que lutavam contra os cortes do produtor. Bong Joon Ho revelou em 2019 que a edição de Expresso do Amanhã se tornou controversa após Weinstein sugerir 25 minutos de corte do filme original.

De acordo com Ho, o produtor haveria implicado com uma cena em que um guarda de trem estripava um peixe como forma de intimidar um grupo de rebeldes.

“Harvey odiava. Por que pescar? Precisamos de ação! Tive uma dor de cabeça naquele momento: O que eu faço? Então, de repente, eu disse: ‘Harvey, esta cena significa algo para mim. É algo pessoal. Meu pai era pescador. Estou dedicando esta cena ao meu pai. ‘Foi uma mentira do caralho. Meu pai não era pescador ”, confessou o diretor.

No final o produtor permitiu que a cena permanecesse no longa.

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