Você já assistiu a algum filme, e quando terminou teve a impressão que, apesar de uma boa história, ela poderia ser contada na metade do tempo?
Pois esta é a impressão que fica depois de ver No Ritmo da Vida.
O filme conta a história de Russell (Thomas Duplessie), um ator que não consegue seguir carreira na indústria e se apaixona pela arte drag.
Quando ele se desentende e se separa do namorado (Andrew Bushell), ele decide se refugiar na casa de sua avó Margaret (a falecida estrela Cloris Leachman), e lá ele se depara com uma crise de vida muito mais complicada do que a sua.
Audiovisualmente falando, não tem nada de errado com o filme. Ele tem uma cinematografia linda, a trilha sonora é ótima (salvo nas sequências com música que às vezes parecem durar uma eternidade), os atores atuam muito bem.
O grande porém é que, apesar da premissa interessante, a história se mantém muito rasa e dá a impressão de que conseguiria passar a sua mensagem como um curta, em vez de um longa-metragem.
O filme apresenta poucas tramas além dos conflitos de Russell e Margaret, e tudo que não se refere diretamente a eles parece apenas sem profundidade e uma encheção de linguiça para aumentar a duração do drama.
O tema principal, que é a busca por um novo sentido na vida quando nos sentimos perdidos, é relevante e fácil de se identificar, porém falta aquele algo mais para que o espectador se conecte de verdade com os protagonistas, que não foi bem aproveitado nos mais de 90 minutos de filme.
Vale a Pena?
Um drama LGBTQIA+ com uma drag queen como protagonista não se vê todo dia, e apesar de poder ter sido bem mais substancial, a história é bonita e o final não deixa a desejar.
Talvez com um pouco mais de paciência ou sendo um pouco mais próximo dos conflitos de Russell o espectador seja capaz de apreciar melhor o enredo. Definitivamente, é um belo trabalho artístico, ainda que não seja perfeito.
Vale lembrar que No Ritmo da Vida é um filme independente, fora do circuito comercial, e talvez por isso quem o procura pode ser um pouco mais leniente e não esperar um hit de formar filas ao redor do cinema.
Mas, no fim das contas, vale a pena assistir, mesmo que descompromissadamente.
Nota final: Balde de Pipoca PELA METADE.
Confira o trailer oficial do filme aqui:
No Ritmo da Vida está em cartaz nos cinemas em todo o Brasil.
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Gaúcho, graduado em Letras, apaixonado por drag e filmes e séries de terror.