Um sucesso absoluto, que rendeu 16 indicações ao Emmy este ano, a minissérie policial da HBO, Mare of Easttown teve um final que foi uma grata surpresa para os espectadores e até mesmo para sua protagonista Kate Winslet.
Pois segundo a atriz contou em participação no evento Deadline’s Contenders: The Nominees, ela aceitou dar vida a personagem central do programa sem ter nenhuma ideia de como ele acabaria, após ler apenas os roteiros dos dois primeiros episódios escritos por Brad Ingelsby.
“Eu não tinha ideia de como isso iria terminar. Isso foi realmente maravilhoso, porque significava que eu estava respondendo ao roteiro da maneira que Brad esperava que o público respondesse, aquela sensação de chegar ao final de cada episódio e pensar, isso não pode ser o fim do episódio, precisamos de mais e precisamos agora. Esperar que cada roteiro seja enviado a mim depois de ter se comprometido com os dois primeiros e dizer, sim, quero entrar nessa história incrível, foi emocionante. Mais do que isso, fiquei com medo, com medo de como diabos eu iria juntar as peças de como interpretar essa mulher tão complicada, que no papel não é nada como eu, em termos de como ela funciona, parece, sente e soa”, ela assumiu.
Ela prosseguiu falando como apesar da personagem ser tão diferente dela, o local em que ela vive se parece muito com o em que ela mesma se criou.
“A única coisa que tocou em mim foi que nunca havia interpretado um personagem que viesse de uma comunidade muito semelhante àquela em que cresci, isso foi muito importante para mim. Família é tudo para mim no meu mundo, e cresci em um ambiente de baixo nível socioeconômico, e se alguém na rua fosse fazer uma cirurgia de varizes, todos na rua sabiam disso. Aquele era muito o mundo de Mare, onde apesar de não ter nada e de passar por momentos difíceis, eles ainda tinham compaixão e a capacidade de amar, rir e cuidar um do outro. Isso foi muito único e semelhante ao lugar de onde eu venho” ela revelou.
Winslet, ainda, lembrou do fato de a trama ter seus segredos e como ela fazia questão de protegê-los, não permitindo que ninguém ousasse em revelá-los.
“A escrita era tão incrivelmente brilhante nesses dois episódios que eu sabia que tínhamos sido derrubados em uma coelheira que não era onde a série iria terminar. Tínhamos um roteiro seguro e o assunto era proteger os segredos. Eu teria derrubado qualquer um que pudesse se sentir tentado a revelar o segredo”, ela brincou.
O produtor da série, Craig Zobel, falou sobre o grande desafiou que foi transformar Mare of Easttown em um programa que tivesse momentos de drama pesados e também algum humor.
“Era como se estivéssemos fazendo três coisas ao mesmo tempo. Estávamos contando uma história de detetive de gênero, e então contávamos uma história de uma pequena cidade, e estávamos fazendo um drama adulto. Passou a ser sobre fazermos o suficiente para ter certeza de que sentimos a cidade e as pessoas que nela vivem? Precisamos voltar a algumas coisas de detetive ou à parte do drama familiar adulto? Pudemos sentir quando precisávamos empurrar mais um diretor ou outro”, ele descreveu.
Diante a proposta de Mare se tornar um apoio para uma série de episódios da minissérie de Jane Tennyson, Prime Suspect, Brad Ingelsby se disse animado, desde que se consiga manter a mesma qualidade que em sua série.
“O que Kate e eu conversamos é que tivemos um drama cuidadosamente planejado e fomos capazes de usar as ferramentas da caixa de ferramentas do drama pessoal de Mare. Esgotamos tudo isso? Talvez. Existe uma maneira de dar a Mare um segundo capítulo e ter outro mistério? Estou aberto para tentar quebrá-lo”, ele afirmou.
Ao comentar a proposta, Kate Winslet deixou em aberto as possibilidades de retomar ou não a personagem.
“Adorei interpretar Mare e Craig fez o trabalho mais notável. Se pudermos encontrar a história certa e marcar tantas caixas quanto fizemos na primeira. Eu tenho outro em mim? Isso teve um custo, em quanto tempo difícil eu tive para me desvencilhar dela. Eu nunca tive isso antes. Então, veremos”, ela disse.
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Gaúcha, formada em Jornalismo e Pedagogia, crocheteira,”mãe” da dog Katy, apaixonada por filmes e séries de gêneros variados e por escrever. Sou redatora do site E-Pipoca especialista em cultura pop, cinema, streaming e TV.
