Fim dos cinemas? Janela de lançamento é encurtada; entenda

Já é sabido que a COVID mudou muita coisa no cinema e na televisão. Estas mudanças também chegaram à forma como os filmes são distribuídos. Sendo assim, o prazo de cerca de três meses que a indústria chama de janela cinematográfica, tem seus dias contados para se tornar coisa do passado.

Houveram meses de dúvida sobre a mudança na distribuição dos filmes dos cinemas para os serviços domésticos como canais pagos e plataformas de streaming.

Agora o golpe final veio na quinta-feira (13) após o anúncio da Disney de que Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis e a comédia Free Guy seriam exibidos nos cinemas por 45 dias antes de entrarem nos serviços de streaming.

O CEO da Disney, Bob Chapek, atribuiu a abordagem pós-pandemia do estúdio de lançar filmes nos cinemas e no Disney + “à natureza relativamente fluida da recuperação”.

Agora que o gigante de bilheteria Disney tornou oficial sua postura  pós-pandemia, as coisas foram mudadas para sempre.

Longo Processo

A Disney pode ter dado o golpe de misericórdia, mas não foi o primeiro estúdio de Hollywood a decidir acabar com o prazo.

Os estúdios de cinema usaram a pandemia como desculpa para experimentar vários modelos de lançamento para muitos de seus filmes.

A maioria dos métodos encontrados para mudar esta janela de lançamento  envolvia estreias simultâneas nos cinemas e serviços on-demand ou streaming. E os cinemas não tiveram influência para lutar contra as mudanças.

O processo de mudança na distribuição dos filmes começou em julho de 2020, quando a Universal Pictures assinou um acordo histórico. A partir daí foi permitido ao estúdio mover seus filmes para plataformas premium de streaming após apenas 17 dias nos cinemas.

Logo, a Paramount Pictures e a Warner Bros. indicaram que seus próximos filmes serão exibidos nos cinemas por 45 dias. Porém, a Warner Bros. está lançando os seus filmes de 2021 ao mesmo tempo na HBO Max como uma concessão de um ano.

Já a  Sony Pictures, caso o estúdio realmente lance algum filme nos cinemas, deve adaptar uma janela encurtada semelhante.

Embora a origem da janela cinematográfica seja desconhecida – além de seu nascimento no início dos anos 1980 – seu legado no showbiz é inegável.

O sistema  impulsionou as vendas de ingressos para o épico de ficção científica Avatar de James Cameron a níveis históricos, levou o musical O Rei do Show, a um status de hit dos cinemas.

Apesar de tudo, o prazo de 90 dias foi surpreendentemente resistente. Na verdade, muitos tentaram (e não conseguiram) acabar com o sistema mais cedo.

A tentativa de maior visibilidade veio em 2011. A Universal não teve sucesso  ao disponibilizar a comédia de ação do diretor Brett Ratner, Roubo nas Alturas, para o serviço doméstico apenas três semanas depois de estrear nos cinemas.

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