Diretor de dublagem de Enrolados conta experiência ruim com artista

Na época do lançamento de Enrolados, a participação de Luciano Huck na dublagem da personagem Flynn Rider gerou comentários por toda a internet. Muitos questionavam a presença do apresentador no filme, cujo desempenho deixou a desejar, porque Luciano não era conhecido por sua extraordinária atuação.

A performance medíocre de Huck agora tem um pouco mais de contexto. Em entrevista ao podcast Inteligência Ltda., o diretor de dublagem do filme, Garcia Júnior conta sobre como foi a experiência com o artista durante as gravações. E não parece ter sido agradável, pelo menos para Garcia. Ele conta que Huck não quis ser dirigido e que fez o que quis.

“Não houve direção. Não houve direção.”, diz o dublador. “Mas a direção não foi sua?”, questiona o entrevistador. Garcia responde: “De Enrolados, foi. Do papel dele foi dele. Ele chegou lá, fez o que ele quis e foi embora“.

“Cê lembra do reizinho do planeta do Pequeno Príncipe? As pessoas dão o que elas podem dar. Foi o que ele quis dar, inclusive. Eu não vou pedir pra uma pessoa que quer dar outra coisa pra dar algo que ela não quer dar.

Diretor conta que era contra Huck no elenco

Garcia Junior atribui a falta de sinergia no filme à desconexão que sentiu com Luciano. Ele já havia ouvido coisas que não aconselhavam a participação dele no projeto. Apesar de chegar e não aceitar dicas do diretor, Huck não teria se preparado para a interpretação, segundo o diretor:

“É o que eu digo para você cara, é energia. Se a pessoa chega ali dizendo que ela sabe o que ela vai fazer, o que ela quer fazer… […] Não houve essa coisa de eu vou levar isso aqui, eu vou fazer. Não foi pra ferrar o trabalho porque eu não fui à favor [da escolha]. Não. Porque eu li coisas que praquele trabalho ali eu achava que não ia rolar. Como eu tinha razão.”

Garcia Júnior é entrevistado no podcast Inteligência Ltda. (Reprodução/Youtube)
Garcia Júnior é entrevistado no podcast Inteligência Ltda. (Reprodução/Youtube)

Depois de muitas horas de trabalho, o diretor finalmente conseguiu deixar tudo bom, segundo ele. Ele conta que mesmo tendo discordado das atitudes do apresentador, ele tentou deixá-lo na melhor luz possível e não queimar o filme dele:

“Só que assim: ainda depois disso eu trabalhei muito depois, horas de edição, pra não vender ele. Eu não fiz nada pra deixar ele vendido, em momento nenhum. Tá lá sincronizado e tal. Mas ele não queria me ouvir. Pra que que eu vou falar com uma pessoa que não quer me ouvir? Porque ele tava falando, assim, primeiro do que eu, e ele tava falando pra mim. Então tudo bem. Você fala e eu escuto.”

Garcia ainda tira um sarro, comparando a maneira como Luciano tentou conduzir sua interpretação no filme a uma pessoa dançando rock ao ritmo de uma valsa. E ele novamente bate na tecla de que não foi possível comunicação no set porque Huck não estava interessado:

“Eu quero saber se você quer dançar ou se não quer. Agora se você chega e fala assim oh, tá tocando valsa e eu quero dançar rock e vem aqui e dança comigo, tá. Toma aqui meu braço. Me chachoalha pra onde você quiser, cê tá feliz? Cabou? [..] Beleza? Tá feliz? Era isso que cê queria fazer? Pô, beleza. Quem sou eu pra dizer o que você tem que fazer? Ninguém, cara. Eu não sou ninguém pra dizer nada pra ninguém que não queira escutar.”

Confira a entrevista completa aqui:

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