Criador de Pose explica motivo de terminar a série

Conforme o grande final de Pose se aproxima, com a terceira e última temporada prestes a estrear no próximo domingo, 2 de maio, os fãs mais tentam entender por que a épica série da Fox será encerrada com apenas três temporadas.

O co-criador do programa, Steven Canals já havia admitido, anteriormente, que o enredo criado para a Casa Evangelista inicialmente tinha objetivos um pouco pessoais.

Agora, diante a proximidade do fim de Pose, ele fez questão de destacar que as histórias acabaram evoluindo com a finalidade de apoiar, representar, validar e celebrar as comunidades LGBTQ+, Negros, Latinos e Afro-Latinos, entre outras minorias.

“Não será e nunca passará despercebido que, ao lado de Janet Mock e Ryan Murphy, este show foi criado por e para nossa comunidade. Espero que todas as pessoas por aí, que por acaso fazem parte da comunidade LGBTQ+, e todas aquelas pessoas que por acaso são negras e pardas, sempre saibam que eu e todos os meus colaboradores e nosso extremamente talentoso e lindo elenco, que estaremos sempre com você, que sempre veremos você, que sempre iremos afirmar você, que o trabalho sempre será para homenageá-lo”, ele afirmou.

Ao lado do produtor executivo Mock, Canals e os membros do elenco: Mj Rodriguez, Billy Porter, Dominique Jackson, Indya Moore, Hailie Sahar, Angel Bismark Curiel, Dyllon Burnside, Jason Rodriguez e Sandra Bernhard deram uma entrevista coletiva para falar sobre a temporada final da série.

Diante a decepção e surpresa dos fãs pelo fim de Pose, o co-criador resolveu explicar o porque da decisão de encerrar a história da Casa Evangelista tão cedo.

Ele afirmou que desde o início todas as escolhas foram planejadas, ele e os outros criadores sempre tiveram a intenção de criar a família, uni-la e concluir a série quando suas histórias fossem resolvidas.

“A última coisa que eu queria fazer com o nosso público era criar narrativa simplesmente por criar narrativa sem uma intenção real. Pude ver que havia um final e todos concordamos que apenas fazia sentido pousarmos o avião confortavelmente em vez de continuar a contar uma história para o público que simplesmente não tinha nenhuma intenção central real ou qualquer impulso real para a especificidade”, ele esclareceu.

Blanca (MJ Rodriguez) e Pray Tell (Billy Porter) em cena do trailer da 3ª temporada de Pose (Reprodução)

Com temas fundamentais para as minorias no qual focava: como epidemia de AIDS e ativismo, além de assuntos comuns da época em que era ambientado como a constante mudança no cenário de salão de baile, Pose deixará sua marca na história.

Ao levantar temas tão importantes, o programa acabou ensinando muito a seu elenco, como destacou a intérprete de Blanca Evangelista, MJ Rodriguez, que disse que sua personagem a ensinou a ter mais confiança em sua própria voz.

Billy Porter também observou o fato de seu viver como o grande mestre de salão de baile, Pray Tell, melhorou muito sua autoconfiança e desenvolveu sua elegância, além de ter impulsionado mudança no setor.

“A ideia de que a pequena igreja negra maricas de Pittsburgh está agora em uma posição de poder em Hollywood, de uma forma que nunca existiu antes, você pode acreditar que estarei exercendo esse poder e que haverá uma diferença e uma mudança em como as coisas vão ser daqui em diante”, ele ressaltou.

Já Dominique Jackson e Indya Moore, que foram intérpretes de Angel e Elektra, respectivamente, salientaram que atuar em Pose os motivou a ocupar mais espaço na comunidade trans, além de entenderem que devem se orgulhar de quem são.

“Nunca entrarei em um espaço pensando que preciso impressioná-los; Preciso ser profissional, preciso saber meu valor. Eu nunca irei entrar em um espaço com medo de que minha identidade me impeça de qualquer coisa. Por causa dessa jornada, quando eu entro em um espaço agora, minha identidade não é porque eu sou uma abominação, minha identidade é uma vantagem, minha identidade é meu valor”, afirmou Jackson.

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