Benedict Cumberbatch se pronunciou sobre a polêmica do banimento de Doutor Estranho no Multiverso da Loucura em alguns países do Golfo.
Recentemente tornou-se pública a informação de que o novo filme da Marvel não seria exibido nos cinemas da Arábia Saudita, Kuwait e Qatar.
O motivo seria de que a personagem America Chávez, interpretada pela atriz Xochitl Gomez, é abertamente lésbica.
O perfil Doctor Strange Updates do Twitter publicou um vídeo em que Benedict comenta a questão, e demonstra desapontamento por uma atitude que, na opinião dele, não faz sentido no momento cultural e histórico que o mundo se encontra:
“Essa é uma decepção esperada. Nós já conhecemos esses regimes repressivos e que a falta de tolerância deles é excludente com pessoas que merecem ser não somente incluídas, mas celebrada por quem elas são e ser feitas parte de sociedade e uma cultura que não pune eles por sua sexualidade. Parece algo completamente errado com tudo o que a gente já vivenciou como espécie, ainda mais globalmente como uma cultura.”
O ator também explicou como, ao contrário do que algumas pessoas criticam, a inclusão de America no filme não é o chamado ‘tokenismo’, que significa colocar um membro de uma minoria em produções de Hollywood apenas para demonstrar diversidade.
Como ele relembrou, a personagem já é exatamente assim nos quadrinhos, de onde foi retirada. America não era uma invenção da Marvel para que o elenco fosse mais ‘diverso’, compartilhou:
“Nós incluímos ela por como ela é sensacional como personagem. E esse é apenas um aspecto dela e é só isso que deveria ser, mas infelizmente, também é agora, politicamente, algo com muito peso. E eu gostaria que não fosse.”
“Teremos que lutar”
Benedict também expressou sua esperança de que um dia discussões assim não serão necessárias porque o mundo será mais tolerante. Apesar disso, ele admitiu que sabe que ainda tem muito chão pela frente, e fica feliz de aos poucos o cinema estar dando a importância devida para o assunto:
“Eu gostaria que a gente pudesse ter uma conversa normal sobre isso onde isso não fosse um problema, mas a gente não pode. Então nós ainda teremos que lutar. Nós ainda temos que pressionar por inclusão e igualdade e eu estou bem feliz que de uma maneira pequena, mas em um panorama bem grande, a Marvel e a Disney estão fazendo isso.”
Doutor Estranho no Multiverso da Loucura estreia no dia 5 de maio nos cinemas.
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Gaúcho, graduado em Letras, apaixonado por drag e filmes e séries de terror.