Autora que foi estuprada pede desculpa após homem ficar preso injustamente por 16 anos

Alice Sebold, autora do livro Um Olhar do Paraíso, publicou um pedido de desculpas oficial depois que o homem que ela havia apontado como responsável por ter cometido seu estupro em maio de 1981, foi inocentado pela justiça americana.

O suposto autor do crime, Anthony Broadwater, hoje com 61 anos, esteve por 16 anos preso injustamente, depois que a escritora fez uma denúncia à polícia.

Ele teve a prisão revogada recentemente, depois de uma audiência onde a defesa apontou “sérias falhas na acusação de 1982 e preocupações de que o homem errado foi enviado para a prisão”, segundo os laudos do processo.

O estupro aconteceu quando Sebold estava no seu primeiro ano na Syracuse University, em um túnel próximo do campus. Semanas depois, ela avistou um homem negro e pensou ter reconhecido o agressor.

Depois que um filme sobre as memórias da autora começou a ser produzido, o caso foi reaberto.

A produção que seria estrelada pela atriz Victoria Pedretti (You), deixou o produtor executivo Tim Mucciante, intrigado em relação a culpa de Broadwater depois que ele leu o roteiro adaptado.

Para Mucciante, a história real estava muito diferente da contada no livro, o que fez com que ele contratasse um investigador particular e um advogado para apurar os fatos.

O homem ficou preso injustamente por 16 anos

Após dez dias que Broadwater foi inocentado, a escritora norte-americana escreveu em sua página na plataforma Medium, que lamentava profundamente o erro cometido há anos atrás.

“Quero dizer a Anthony Broadwater que realmente sinto muito e lamento profundamente pelo que você passou. Lamento acima de tudo pelo fato de que a vida que você poderia ter levado foi injustamente roubada de você, e eu sei que nenhum pedido de desculpas pode mudar o que aconteceu com você e nunca mudará. Das muitas coisas que desejo para você, espero acima de tudo que você e sua família tenham tempo e privacidade para se curar”, publicou.

Anthony Broadwater em julgamento (Reprodução/NYTimes)

Sebold disse ainda, que na época confiou na justiça, mas que hoje reconhece que o sistema é falho.

“Sou grata que a justiça tenha sido finalmente feita com o Sr. Broadwater, mas o fato é que, há 40 anos, ele se tornou outro jovem negro brutalizado por nosso sistema jurídico falho. Sempre sentirei pena pelo que foi feito a ele. Levei esses últimos dias para compreender como isso pode ter acontecido”, afirmou.

Provavelmente o verdadeiro criminoso nunca será encontrado, já que a própria autora confessa não lembrar mais do seu rosto após tantos anos.

‘’ Também vou lutar contra o fato de que meu estuprador, provavelmente, nunca será conhecido.’’, confessou.

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