John Cameron Mitchell revelou qual foi o principal motivo que o fez aceitar o papel em Sandman, nova série da Netflix inspirada nos icônicos quadrinhos de Neil Gaiman.
O ator de 58 anos é famoso por ter interpretado Hedwig no musical Hedwig and the Angry Inch e recentemente também viveu Joe Exotic em Joe vs. Carole.
John é um grande ativista LGBTQIA+ e sempre deixou bem claro que ele quer ajudar a comunidade queer a garantir a visibilidade que merece no mercado cinematográfico mainstream.
Em entrevista para o Collider, ele admitiu que ele aceitou o papel porque ele vai ter a chance de cantar algumas músicas do clássico musical da Broadway Gypsy, que já foi adaptado para os cinemas nos anos 1960 sob o título Em Busca de Um Sonho.
Além disso, John também confessou que, apesar de um papel pequeno, ele aceitou fazê-lo e se divertiu bastante com ele. Agora, ele quer fazer Mama Rose nos palcos, disse:
“Sandman é um pequeno papel de um elenco de milhares. O motivo pelo qual eu resolvi aceitar foi porque a personagem vai cantar músicas de Gypsy. Eu posso fazer a minha própria Mama Rose, três músicas do espetáculo, e agora eu quero fazer aquilo nos palcos.”
“Pessoas são positivas e negativas”, diz ator
O ator também faz uma leve crítica às escalações de Hollywood, que sempre delegam as pessoas queer e negras para papéis estereotipados, e que ele gostaria de ver uma evolução na indústria a respeito disso. Segundo ele, as pessoas podem ser mais de uma coisa na realidade e que isso deveria ser melhor retratado no cinema e na tevê:
“Eu sou mais um papel de serviço nisso, que é o papel normal para o ator gay e o papel gay. Ele normalmente é o melhor amigo, ou o melhor amigo que dá as respostinhas inteligentes. A mulher negra e o homem gay sempre ganham um monte de papéis assim, como a pessoa confiante, que dá as respostas, que foi algo com que eu já paguei as minhas contas, mas chega uma hora que começa a cansar e ficar bem irritante. Com algumas das minhas personagens anteriores, elas eram personagens queer que estavam no centro das produções, com os defeitos e tudo mais. Elas não precisam ser apenas imagens positivas sempre, porque toda pessoa é positiva e negativa, e é muito chato fazer o papel de alguém que é uma coisa só. Todos nós temos camadas. Pessoas à margem e pessoas queer sabem que a vida é feita de camadas e nuances. É só quando você está no comando que você pensa nas coisas como elas são. […] Se você esteve por baixo, você sabe que existem várias camadas na vida, e isso pode ser uma vantagem, enquanto artista.”
Por enquanto, ainda não há informações oficiais sobre a data de estreia de Sandman, mas estima-se que ela chegue na Netflix em algum momento ainda este ano.
O que você achou? Siga @siteepipoca no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui.
Gaúcho, graduado em Letras, apaixonado por drag e filmes e séries de terror.