Amar a Morte: Novela sobrenatural para nenhum fã de série botar defeito

Existem diversos filmes que falam sobre troca de corpos, não é mesmo? De Sexta-Feira Muito Louca a Se Eu Fosse Você, todos eles abordam a troca entre dois corpos com o simples propósito de mostrar às duas partes como é viver a vida de outra pessoa, é o audiovisual exemplificando a máxima de se colocar no lugar do outro.

Com a novela Amor a Morte, a coisa muda de figura. A trama que aborda a transmigração de almas chegou ao Globoplay com ares de superprodução original, tamanha a divulgação e fervor nas redes sociais.

Intrigado com a campanha massiva feita pelo serviço de streaming, me propus a acompanhar a novela. A morte por si só é um tema que atrai todo o tipo de público e vê-la pela ótica da cultura mexicana (que tem uma forma peculiar de celebrar os mortos) é algo à parte. A história gira em torno de três homens que passam por experiências de morte, e tem suas almas sendo migradas para outros corpos.

Como bom melodrama, existe aqui uma história de amor. Mas se você é daqueles que só assistiu a uma novela mexicana nos anos 1990, como Maria do Bairro, e afins, e acha que a qualidade é duvidosa, guarde no bolso seu preconceito, e veja por si mesmo.

Amor a Morte não é uma novela cor-de-rosa (como são chamadas as tramas clássicas, geralmente aquelas em que uma moça pobre, se apaixona por um galã rico, e uma vilã fica a postos para atrapalhar), pelo contrário, com classificação14 anos, ela tem uma variedade de cenas calientes e cenas de violência para Globo nenhuma botar defeito.

Angelique Boyer interpreta Lucía, a protagonista imperfeita, que está prestes a se casar com o maior empresário do país, dono de um grupo de comunicação, mesmo enfrentando resistência de uma das filhas dele. Alpinista social, mas de bom coração, ela tem um passado repleto de abusos, e tem como parceiro e amante, Johny, homem que ocupa lugar de destaque na diretoria na empresa de seu futuro marido, e quem também encomenda a morte dele.

Quando Léon Carvajal é esfaqueado no meio do próprio casamento, ele não resiste e morre, porém ele acorda no corpo de Chino Valdéz, um assassino condenado à cadeira elétrica no Texas. A imprensa americana passa a considerar a ressurreição de Chino um milagre, e como ele já cumpriu pena e na prática morreu na cadeira elétrica, é liberado da prisão. Porém, ele é Léon, em outro corpo, e tenta retomar o que é dele, indo para o México.

Mas o tal assassino também ganha uma nova chance, e sua alma acaba indo parar no corpo de um professor universitário. A novela que tem 87 capítulos no total está sendo disponibilizada pelo Globoplay de 10 em 10, e ganha um fôlego quando Léon, agora no corpo de Chino e fingindo se chamar Jacobo Reyes, descobre a traição de Lucía e Johnny e passa a querer vingança contra os dois.

Na parte técnica, a novela consegue se sair ainda melhor que os folhetins globais, pois embora não possua os mesmos movimentos de câmera, e iluminação dura de cinema, ela consegue fazer cenas externas (algo que as novelas brasileiras deixaram de fazer por questão econômica), caprichar nos figurinos, e locações com muita beleza plástica. A quem já está familiarizado com as tramas mexicanas, algo pode causar estranhamento: a quantidade de núcleos e enredos paralelos.

A transmigração de almas é conceito que teve origem na cultura indiana, e se diferencia da reencarnação. Na cultura egípcia, os homens também acreditavam que após a morte poderiam ter suas almas migradas para outros corpos, e até corpos de animais.

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