Baseado em um poema escrito anonimamente em 1400, agora conhecido como Sr. Gawain e o Cavaleiro Verde, o filme The Green Knight de David Lowery tece mitos de senhores e senhoras que amam pequenos logos mentais, mulheres decapitadas que podem ou não se transformar em raposas e, é, claro, ninguém menos que o lendário Rei Arthur de Camelot.
The Green Knight é ornado com o que parece ser um número infinito de diferentes acentos e títulos de capítulos que aparecem na tela em fontes que o forçam a prestar mais atenção e até apertar um pouco os olhos para conseguir entender.
É um filme que tem o prazer de confundir um pouco o público, nem que seja para imitar a perpétua confusão enfrentada por seu protagonista, Gawain, interpretado por Dev Patel.
Lowery, diretor e roteirista do longa, está ciente de tudo isso. Ele sabia que suas referências seriam profundas e que a maioria das pessoas seriam afetadas. Ele sabia, também, que seria normal a confusão. Contudo, isso não o impediu de sustentar um processo de escrita intenso que o manteve acordado à noite.
Sua preocupação era analisar se os detalhes do roteiro eram verdadeiros o suficiente para o herói fictício do século 15 e para a nova versão que ele estava construindo com Patel. Ele continuou debatendo sobre isso mesmo após as filmagens já terem iniciado.
Lowery fala sobre a escrita de The Green Knight
Em uma entrevista ao portal Variety, Lowery falou sobre o processo colaborativo que viveu com Dev Patel.
“Aprendi com ele algo que aprendi com quase todos os atores, que é confiar neles. E saber que quando um ator realmente se envolve no papel, ele conhece aquele personagem mais do que eu.”
Sobre as particularidades do personagem Gwain, a forma como foi construído e no quanto Patel contribuiu nessa construção, o diretor compartilhou:
“Acho que construímos juntos. Desde a primeira vez que o conheci, comecei a reescrever o roteiro pensando nele. E estou sempre interessado pegar arquétipos e restaurá-los a um nível humano.”
Sobre as cenas mais calientes que surgem no decorrer do longa, Lowery explicou o porquê de estarem tão presentes na trama e como foi escrever:
“Os aspectos mais sensuais vêm do texto, que é um conto muito muito obsceno. Muito parecido com os Contos de Canterbury, que foi escrito na mesmo época. Me surpreendeu muito como parecia moderno a esse respeito. E eu não queria fazer um filme erótico por assim dizer, mas não queria fugir dessa sensualidade ou luxúria. Então tentei ter certeza de que havia uma certa quantidade de … vigor sexual no filme. Por assim dizer.”
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Relações Públicas, redatora e revisora.