Drag Race | Participante fala mais sobre imagem corporal e ser uma referência

Kornbread “The Snack” Jeté abriu o coração sobre ter se tornado um modelo para outras pessoas como ela na televisão ao participar de RuPaul’s Drag Race.

A participante teve que se afastar da competição por conta de uma lesão no tornozelo, porém isso não a impediu de ver o lado positivo de sua aparição no programa e como aquilo foi importante para tantas pessoas.

Kornbread conversou com o Good Morning America e falou sobre como, simplesmente por ser uma mulher trans, negra e gorda, isso já fez com que ela se tornasse um modelo e um exemplo para os espectadores:

“Você aceita ser um modelo para os outros assim que você coloca os pés naquele lugar. Antes de você sequer abrir a sua boca, apenas pela sua imagem, você já é uma referência para alguém. Você está falando por alguém e você é a voz de outra pessoa.”

Ela confessou que, apesar de ser uma grande pressão representar tanta gente na tevê e na vida pública, isso foi a melhor coisa que poderia ter acontecido. Graças a isso, ela aprendeu a pensar melhor em suas atitudes e se tornar uma pessoa melhor:

“Você é um modelo para outras pessoas para quem você nem esperava ser, e é algo muito louco. Te faz pensar nas suas atitudes de uma maneira diferente. Te faz dizer, ‘Sabe do que mais? Eu não vou discutir com aquelas pessoas na internet. Eu não vou falar essa coisa ruim’. Faz você se adaptar da melhor maneira possível. Então eu sou 100% uma referência. Queira ou não. Provavelmente a melhor coisa que poderia ter acontecido comigo.”

Kornbread "The Snack" Jeté (Reprodução)
Kornbread “The Snack” Jeté (Reprodução)

“O preconceito ainda é bem vivo”, diz queen

A performer hoje em dia mora em Los Angeles, porém ela nasceu e cresceu na Carolina do Sul, na região sul do país. O lugar, segundo ela, ainda é muito preconceituoso, e por ser negra, gorda e queer, isso eram três pontos “contra” o resto das pessoas de sua cidade.

Kornbread relembrou inúmeras instâncias nos quais ela era reprimida e tinha que fingir ser algo que não era para que não fosse julgada pelos outros:

“Crescer sendo uma pessoa negra no sul dos Estados Unidos, o racismo ainda está vivo e ainda está entre nós. O preconceito ainda é algo bem vivo e uma coisa que está entranhado nessa região. E você tem que lidar com essas coisas além de ‘Tudo bem, vamos tirar um pouco desse rebolado do seu andar’, ‘Tudo bem, não vamos falar muito nesse tom de voz afeminado e falando as palavras assim’, e ‘Tudo bem, não vamos usar muitas cores chamativas’. E, são esses momentos que você constroi muito de você mesa escondendo aquilo que é o momento em que você começa a suprimir todas as suas emoções. Então, ser queer, negra e gorda, eu tenho três coisas diferentes contra mim do ponto de vista da sociedade.”

A 14ª temporada de RuPaul’s Drag Race fica disponível à meia-noite do sábado no serviço de streaming WOW Presents Plus.

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