Diretor de filme sobre Marilyn Monroe se enfurece com tesourada da Netflix

Classificação indicativa para o filme foi considerada alta e diretor criticou hipocrisia americana

Blonde é o novo filme protagonizado por Ana de Armas, que contará a trajetória de Marylin Monroe. O diretor Andrew Dominik chegou a dizer que não tinha escrúpulos ao filmar a história, porém se disse indignado com classificação indicativa do longa.

Nos Estados Unidos, Blonde ganhou uma classificação NC-17 (o que equivale a maiores de 16 anos no Brasil), e o cineasta colocou a boca no trombone em nova entrevista para a Vulture, dizendo-se surpreso com a hipocrisia dos estadunidenses quando o assunto é sexo.

“Achei que tínhamos feito tudo dentro dos limites. Mas sabe o que é? Quando você tem um monte de homens e mulheres dentro de uma sala de reuniões falando sobre comportamento sexual, geralmente são os homens que se preocupam com o que as mulheres pensam daquilo”.

De acordo com o diretor, o sexo não está no filme como forma de ilustração, ou para ser algo feliz e prazeroso.

“São representações de situações ambíguas. E os americanos são muito estranhos quando se trata de comportamento sexual, não acha? Não sei por quê. Eles fazem mais pornô do que qualquer outro no mundo”, disparou.

Mescla do universo infantil e adulto

Ana de Armas nas gravações de Blonde (Divulgação/Netflix)
 “A ideia de Blonde era detalhar um drama infantil e, em seguida, mostrar a maneira como esse drama divide os adultos em tanto em público como no privado. E como o adulto vê o mundo através das lentes desse drama infantil, é uma espécie de história de uma pessoa cuja imagem racional do mundo como sendo oprimida por seu inconsciente, e usa a iconografia de Marilyn Monroe.”
O filme é baseado no livro de Joyce Carol Oates, que pôde assistir ao filme em primeira mão, e disse que as imagens são perturbadoras e brilhantes.
A protagonista Ana de Armas chegou a dizer que o papel era o papel mais complicado de sua vida, numa entrevista para a Entertainment Weekly.
“Foi o meu trabalho mais intenso. Tive que fazer pesquisa, sotaque e tudo o que você pode imaginar. Lendo material, e falando com Andrew Dominik por meses, e me preparando para começar. Foram três meses de filmagem sem parar — tipo, uma agenda louca. Foi a coisa mais linda que já fiz”, completou.

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