CRÍTICA: Nova versão de Cinderella da Disney tem elementos que nem parecem Disney

Os Tênis Encantados não promete nada, mas cumpre tudo aquilo o que se espera dele

Os Tênis Encantados do Disney+ é uma versão moderna de Cinderella, que diferente das versões feitas pela própria Disney em 2015, e pelo Prime Video, com Camila Cabello no papel principal, tem uma pegada diferentona.

Chamado Sneakerella em inglês, o filme foi anunciado ainda em 2020, e já tinha sido produzido quando a Covid-19 tomou conta do mundo. A música aqui se apresenta em forma de hip-hop, rap, e pop, tal qual o universo que se passa o filme: uma Nova Iorque imersa na cultura dos sneakers.

Aqui a Cinderella não é uma mulher, e sim um jovem chamado El (Chosen Jacobs). O rapaz mora com seu padrasto e com os filhos dele, e é empregado de uma loja de tênis, criada por sua mãe, já falecida, mas sonha em ser designer de seus próprios modelo, sonho que é sempre tolhido por outras pessoas.

Logo nas primeiras cenas fica claro que a intenção do filme é fazer com o espectador acredite nos seus próprios sonhos além de acreditar nos sonhos do protagonista, que tem um carisma natural. Sofrido, porém divertido, ele se aventura com sua amiga Sami (Devyn Nekoda) numa pré-venda de uma famosa marca de calçados.

El (Chosen Jacobs) e Kira King (Lexi Underwood) em Os Tênis Encantados (Divulgação/ Disney)

Na fila, ele conhece e se torna amigo de Kira (Lexi Underwood), e pinta um clima. Eles acabam não trocando contatos, o que impede que ele descubra a verdadeira identidade dela de cara. A moça na verdade é filha de um ex-jogador de basquete que fez fortuna com uma marca de tênis, o que faz com que ela seja considerada a princesa dos tênis.

O filme tem um quê de Alladin, já que em determinado momento do, El se esforça para criar seu próprio modelo de tênis baseando-se apenas na realidade da moda street da periferia nova-iorquina, e com isso consegue adentrar uma festa da famosa marca de calçados, King, e fingindo (ainda que sem querer) ser um grande estilista.

E tal qual a maioria dos filmes adolescentes, o rapaz perde a confiança de seu par romântico por causa da mentira. Por mais ‘bobinho’ que seja, o filme faz com que o espectador torça pelos personagens, não só para que fiquem juntos, mas para que os coadjuvantes também se encontrem.

O longa não tem grandes pretensões, não tem grandes momentos musicais, e tem uma produção caprichada, embora sem ares de grande produção. Vai agradar aos menos exigentes, e pode se tornar uma diversão para toda a família.

Obs 1: É raro ver na Disney um filme inteiramente com o protagonismo negro.

Obs 2: Mais uma vez, a casa do Mickey Mouse deu um passo a mais ao colocar uma personagem (Sami) como uma lésbica adolescente, que não tem problemas com a própria sexualidade, e nem sofre por isso.

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