CRÍTICA: Combinação Perfeita eleva o clichê à potência máxima e abraça estilo Sessão da Tarde

Filme é mais do mesmo ilustrado com paisagem rural australiana

Combinação Perfeita é nova rom-com da Netflix – assim Hollywood está chamando as comédias românticas atuais. Para conter a queda de assinantes, a gigante do streaming está indo pelo caminho mais óbvio: aumentando o número de produção e deixando de depender de suas maios famosas franquias.

E enquanto meia dúzia de filmes como Alerta Vermelho ganham orçamentos milionários, outros se contentam apenas em contar uma história com recursos finitos e sem grande divulgação.

Combinação Perfeita, claro, faz parte dessa segunda categoria e abraça o estilo Sessão da Tarde e água com açúcar, para ser mais do mesmo: ser uma comédia romântica que não faz rir, mas faz a Netflix ter um número a mais na sua lista de originais.

O filme conta a história de uma jovem workaholic apaixonada por vinhos e que trabalha para uma empresa de distribuição e importação, que ao ter uma ideia roubada de si, decide pedir demissão e abrir sua própria empresa do ramo.

Seu desejo é conseguir se tornar importadora exclusiva de uma marca australiana de vinhos em ascensão. Como sabe que a dona da tal marca é uma mulher difícil e reclusa, parte para a Austrália com a missão de convencê-la e assim fechar seu negócio.

Victoria Justice como Lola em Combinação Perfeita
Victoria Justice como Lola em Combinação Perfeita (Vince Valitutti/ Netflix © 2022)

Não demora muito para que as coisas saiam do controle fazendo com que a jovem precise sair da posição de empresária e chegar a exercer trabalho braçal no campo para convencer a dona da vinícola de que é capaz de lidar com aquilo o que se propõe.

A trama é completamente ilógica, e mesmo ‘forçada’ a trabalhar em prol dos seus objetivos, passa despercebido o fato de a protagonista estar sempre maquiada, mesmo quando está fazendo os trabalhos mais pesados como tosquiar ovelhas.

O filme não conta com grandes estrelas, mas nas redes sociais, a Netflix decidiu vendê-lo como ‘o filme em que Adam Demos aparece novamente pelado’. O ator ficou conhecido por já ter exibido o pênis numa comentada cena da série Sex/ Life, porém para quem for assistir ao longa com esse intuito, esqueça, o personagem do ator aparece no máximo sem camisa. Do outro lado do protagonismo está Victoria Justice, conhecida pela série infantil dos anos 2010, Brilhante Victoria, da Nickelodeon.

Adam Demos como Max, Victoria Justice como Lola em Combinação Perfeita
Adam Demos como Max, Victoria Justice como Lola em Combinação Perfeita (Vince Valitutti/ Netflix © 2022)

O enredo não tem nada de novo, inclusive parece um mistura de tudo o que o público já viu em diversos filmes: Uma jovem com um objetivo, a tentativa de novas amizades frustradas, a protagonista conquistando seu espaço e se apaixonado em seguida para ter que tomar uma grande decisão no final. É o clichê elevado a máxima potência.

A mesmice do filme chega a ser tanta que tiveram momentos que fiquei conferindo quanto tempo faltava para que ele acabasse. Até a grande revelação do filme foi completamente dispensável, porque já estava na cara. Sabe qual o problema do clichê? É que para a audiência que a Netflix quer conquistar, ele funciona.

A gigante do streaming não está preocupada em ser um selo de qualidade como a HBO (o canal de TV, não o streaming), ela não quer estabelecer um padrão, ela quer números (tanto de horas assistidas, como de assinantes), e para ela isso basta. E para você, que está procurando um filme que não exija pensar, Combinação Perfeita basta.

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