Criadora de Primeira Morte diz que falta de representatividade em Buffy e Supernatural a impulsionou a criar história

A série tem personagens queer porém não usa isso como o mote principal dela.

A criação de Primeira Morte foi inspirada pela ausência de personagens queer nas séries favoritas da autora, V. E. Schwab.

A autora é conhecida pelos livros bestsellers A Vida Invisível de Addie LaRue, Shades of Magic e a série de livros Villains, e Primeira Morte é inspirada em um conto que ela escreveu.

A série, composta por oito episódios, conta a história de duas adolescentes que se apaixonam, Calliope e Juliette. O grande problema é que uma delas é uma vampira, e a outra vem de uma longa linhagem de caçadores das criaturas.

V. E. conversou com o Cinema Blend e revelou quais foram as grandes inspirações para a série: Buffy A Caça Vampiros e Supernatural. Apesar de seu amor pelas séries ser imenso, ela admitiu que não pode deixar de apontar que as atrações não tinham grande representação LGBTQIA+, e que ela acha que jovens queer precisam deste “espellho”:

“Eu cresci com meus dois pilares: Buffy e Supernatural. Aquelas são minhas famílias, eles são meus amores. Mas o fato é que eu não me enxergava neles. Eu brinco às vezes, e na verdade nem é brincadeira, que se eu tivesse um programa como Primeira Morte quando eu tinha dezesseis anos, eu provavelmente não teria levado até os 27 anos para entender que eu era lésbica. Eu acho que essa é a beleza dos espelhos.”

Primeira Morte
Primeira Morte (Divulgação/ Netflix)

Autora queria história queer que não fosse sobre identidade

V. E. também falou sobre como a representatividade LGBTQIA+ ainda tem muitos passos para dar. Segundo a autora, a maior parte das histórias que são centralizadas no público queer tem enredos que são única e exclusivamente sobre isso, o que não dá a chance de explorar outros temas com pessoas LGBTQIA+ como pessoas heterossexuais tem:

“Como uma novelista, eu estou bem consciente da frequência com que a gente vê narrativas queer que são apenas sobre ser queer. Você pode ter uma história de amor queer, mas ela precisa ser sobre se assumir. Personagens hétero não são reduzidos a sua identidade em uma narrativa, e parece que o único momento que certas pessoas tem para preencher espaço é com a identidade delas.”

“Então, foi tanto pelo amor por essas coisas que amei e com que cresci, mas também pelas ausências que eu vi nesses programas que eu queria preencher”, esclareceu.

A primeira temporada de Primeira Morte está disponível na íntegra na Netflix.

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