Chegou ao fim nesta quarta-feira (01) o escandaloso julgamento entre Johnny Depp e Amber Heard. O ex-casal de atores se acusava mutuamente de difamação e outros crimes.
Foram feitos três dias de deliberações pelo júri presente no tribunal de Fairfax, no estado da Virgínia, composto por sete pessoas, que ouviram atentamente todos os depoimentos e testemunhas dos envolvidos.
O júri decidiu que Amber Heard difamou Johnny Depp em seu artigo do Washington Post quando escreveu: “Tive a rara vantagem de ver, em tempo real, como as instituições protegem homens acusados de abuso”.
A decisão foi corroborada quando o júri citou outro trecho do artigo que dizia: “Então, dois anos atrás, tornei-me uma figura pública representando abuso doméstico, e senti toda a força da ira de nossa cultura para as mulheres que falam.”
Segundo o júri a atriz deve pagar a Johnny Depp US$ 15 milhões em danos (esses danos seriam divididos em US$ 10 milhões em danos, e US$ 5 milhões em danos punitivos – porém de acordo com a lei da Virgínia, o valor máximo para danos punitivos é US$ 350 mil, logo Johnny Depp receberá US$ 10,35 milhões).
O mesmo júri também entendeu que Johnny Depp não difamou Amber, como ela havia sugerido, quando o advogado dele Adam Waldman, deu uma primeira declaração ao Daily Mail.
Porém, a juíza considerou que quando Adam acusou Amber publicamente (no mesmo jornal) de armar uma farsa para Johnny Depp quando a polícia chegou ao apartamento deles em maio de 2016, o advogado e seu cliente estavam também difamando a atriz, por isso, ela deverá receber 2 milhões de dólares.
Os advogados de Depp se abraçaram e comemoram a vitória, cumprimentaram fãs do lado de fora do tribunal. “O veredito de hoje confirma o que dissemos desde o início”, disse a advogada de Johnny Depp, Camille Vasquez, em um comunicado.
“Também estamos muito satisfeitos que o julgamento tenha repercutido para tantas pessoas no público que valorizam a verdade e a justiça”, disse o advogado Ben Chew.
Comunicado de Amber Heard após derrota
“A decepção que sinto hoje está além das palavras. Estou com o coração partido que a montanha de evidências ainda não foi suficiente para resistir ao poder, e influência desproporcionais do meu ex-marido”, disse Amber Heard em comunicado imediatamente após o veredicto.
“Estou ainda mais desapontada com o que esse veredicto significa para outras mulheres. É um revés. Ele faz o relógio retroceder a uma época em que uma mulher que se manifestou e se manifestou poderia ser envergonhada e humilhada publicamente. Retrata a ideia que a violência contra as mulheres deve ser levada a sério”, continuou ela.
“Os advogados de Johnny conseguiram fazer com que o júri ignorasse a questão-chave da liberdade de expressão e ignorasse evidências tão conclusivas que vencemos no Reino Unido. Estou triste por ter perdido este caso”, disse ela.
Entenda o caso
Todo o caso começou há anos quando o site de fofocas TMZ divulgou um vídeo que Johnny Depp aparecia visivelmente alterado e parecia agredir a então esposa fisicamente.
Curiosamente, nunca foi encontrado o autor do vídeo. Os advogados de Depp chegaram a dizer que ela gravou o vídeo e propositalmente o vazou para o site de fofocas. Após a separação do casal, a atriz de Aquaman escreveu um artigo no jornal The Washington Post dizendo que era uma sobrevivente de um relacionamento abusivo, e uma pessoa pública que sabia exatamente como era a sensação da violência doméstica.
Mesmo sem citar o nome de Johnny Depp, o ator foi ligado imediatamente ao caso, fazendo com que toda a opinião pública se virasse contra ele, já que a sociedade considera que a mulher é a vítima quando não existem provas. Este inclusive, é o motivo do processo motivo pelo ator.
Ele diz que isso fez com que ele perdesse papéis em Hollywood, inclusive sendo retirado do maior papel de sua vida, o do Capitão Jack Sparrow na franquia da Disney, Piratas do Caribe. Ele também foi substituído do filme Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore, da Warner Bros.
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